Justiça Federal suspende reintegração minutos antes do cumprimento e frustra quilombolas

O Tribunal Regional Federal 1, em Brasília, deve expedir nova ordem nos próximos dias.

Os herdeiros de um quilombola em Patos de Minas tiveram uma grande decepção na tarde dessa terça-feira (28). Minutos antes da reintegração de posse em uma fazenda no Distrito de Boassara, a cerca de 40 quilômetros da cidade, a Justiça Federal que havia expedido a ordem acabou suspendendo a decisão. O Tribunal Regional Federal 1, em Brasília, deve expedir nova ordem nos próximos dias.

O advogado Eustáquio Mendonça, os oficiais de justiça, os herdeiros do quilombola Manoel da Cruz, o qual faleceu no dia 13 de dezembro, e até o chaveiro para abrir a porteira chegavam à fazenda São Luís para fazer a reintegração quando os oficiais receberam um telefonema para suspender a reintegração. A decisão deixou todos frustrados, já que a luta para reaver a terra vem de muitos anos.

De acordo com o procurador dos quilombolas, a ordem era para reintegrar aos herdeiros uma gleba de terra de 11.3 hectares. “Ao chegarmos a mais ou menos 1 km da 1ª porteira que dá acesso à fazenda São Luiz, os oficiais de justiça receberam um telefonema de celular da Justiça Federal de Patos de Minas ordenando que retornassem sem cumprir a ordem, pois que o juízo da JF de Patos havia suspendido o cumprimento da medida”, frisou Eustáquio Mendonça.

A sobrinha de Manoel da Cruz, Rufina Moreira, filha de Ana Moreira da Cruz e irmã de Manoel da Cruz, fez uma viagem ainda maior. Ela veio de Brasília para acompanhar a reintegração de posse. No entanto, ainda em luto pela morte do tio, ela destacou a decepção, mas informou que vai continuar lutando para reaver a terra. Ela ressaltou que o tio e a mãe foram criados na terra e a luta já chega a cem anos.

O Advogado Eustáquio Mendonça espera que nova decisão seja publicada nos próximos dias confirmando a reintegração de posse. Ele destacou que já comunicou ao Ministério Público Federal sobre o corrido e que, como advogado dos quilombolas, junto como o MPF, tomarão todas as medidas legais cabíveis para fazer valer a decisão do TRF1 de Brasília de reintegrar os quilombolas da família de Manoel da Cruz na sua área de 11.3 hectares na Fazenda São Luiz.

O advogado informou que uma área de 4176 hectares na região já foi reconhecida como remanescente de quilombola e mais decisões de reintegração de posse podem acontecer nos próximos meses. Os familiares destacaram que Manoel da Cruz acabou falecendo sem ter conquistado a terra que lhe pertencia por direito.

Últimas Notícias

Batida frontal na BR 251 mata 4 pessoas na divisa de Minas Gerais com Goiás

Veja mais

Foragido da justiça é preso com crack e maconha após denúncia em Patos de Minas

Veja mais

Cerca de 20 hectares da Mata do Cachorro foram afetados pelas queimadas nos últimos dias

Veja mais

Você sabe quando sua fatura da Cemig é feita pela média? Saiba por que e como isso acontece

Veja mais

Uma semana após ser aberta para visitação represa de Presidente Olegário aparece vazia

Veja mais

Imagens mostram suspeitos de furtar cofres com joias e dinheiro; se você conhece denuncie

Veja mais