Jovem denuncia que foi torturado e ameaçado de morte em Clínica de Patos de Minas

A Vigilância Municipal de Saúde acompanhou o trabalho.

A denúncia de tortura envolvendo um jovem de 22 anos e o proprietário da Clínica Quintinos, na BR 365, próximo ao Restaurante do Rivalcino, e funcionários foi registrada nessa terça-feira (28) pela Polícia Militar. O jovem teria sofrido uma sessão de espancamento e depois transferido para outra clínica em Nova Ponte. A vítima também não teria recebido atendimento médico e, mesmo após 4 dias do corrido, apresentava lesões. A ocorrência policial resultou em 14 páginas. A Vigilância Municipal de Saúde acompanhou o trabalho.

Os policiais e servidores deslocaram até a clínica e foram recebidos pelo enfermeiro de 40 anos. Primeiro, ele relatou que desde terça-feira (21) não comparecia à Clínica Quintinos, e que somente nessa terça-feira (28), é que compareceu ao local para trabalhar e que, em relação ao jovem de 22 anos, sabia dizer apenas que ele foi transferido para uma clínica de outra cidade. Os militares então o cientificaram sobre o teor da denúncia.

A denúncia na verdade dizia que o jovem, no dia 25 de dezembro, portanto no Natal, havia sofrido diversas agressões físicas. Quem teria agredido o jovem seria o proprietário da clínica, Giovanni Quintino Magalhães de 35 anos, outros dois homens de 30 anos e um adolescente de 13 anos. As agressões teriam resultado em diversas lesões físicas pelo corpo da vítima.

Ao informar o teor denúncia, o enfermeiro disse desconhecer qualquer tipo de agressão, e que nada sabia referente ao fato ou lesão na vítima, e que o advogado é quem poderia dar-lhe maiores explicações. Passados alguns instantes, o defensor se apresentou como sendo um dos responsáveis pela direção da clínica e relatou sobre as coordenadoras de 30 e 31 anos. Elas então teriam relatado que não trabalharam no fim de semana e que tomaram conhecimento do fato pelo whatsapp pelo próprio Giovanni Quintino e que o enfermeiro teria tido contato com a vítima no domingo (26).

Já o menor de 13 anos disse, que na sexta-feira (24), durante uma limpeza na clínica realizada pelos internos, que o jovem de 22 anos começou a discutir com outro interno, que em determinado momento o menor disse à vítima que ele teria ameaçado sua mãe com uma faca, que este ficou nervoso e o agrediu utilizando o cabo de um rodo, que então ele foi contido por outros internos, sendo a situação repassada ao dono da clínica, o qual disse que não resolveria no momento uma vez que o jovem é muito forte e não conseguiria resolver sozinho.

Ainda segundo o menor, na noite do Natal, por volta das 23h00, Giovanni foi em direção à vítima e disse a ele que as coisas na clínica não eram como ele queria, e que neste momento o jovem lhe agrediu empurrando-o até uma parede. Assim, o funcionário de 30 anos que trabalha na ala feminina segurou a vítima com um “mata-leão”, e que Giovanni agrediu a vítima com diversos socos no rosto e pontapés na cabeça e região abdominal, costelas, e outros pontos vitais.

O menor e outro homem também aproveitaram que o jovem estava contido e o agrediram com socos no rosto, e chutes, que posteriormente ele caiu ao solo e todos eles chutaram a cabeça e o corpo da vítima por um longo prazo. Durante as agressões, um corte com uma espátula foi causado na perna da vítima, sendo levada ensanguentada para um quarto, não sendo socorrida ao hospital. O menor até acreditou que o jovem tivesse perdido a vida.

Ao saber da versão do menor, o enfermeiro mudou a versão dizendo que esteve na clínica no sábado (26), teve contato pessoal com a vítima, prestando-lhe atendimento. Segundo o profissional, o jovem estava com escoriações no rosto e queixava de dores na região das costelas, porém, em relação ao porquê de não ter encaminhado a vítima ao hospital, se reservaria no direito ao silêncio.

O advogado e o enfermeiro disseram que o jovem havia sido transferido para local incerto, e não sabido, ao passo que após serem cientificados sobre eventual cometimento dos crimes de omissão de socorro e cárcere privado, foi quando indicaram o local que se encontrava a vítima, como sendo uma clínica próximo à cidade de Uberlândia e Nova Ponte, também de propriedade de Giovanni.

Durante a fiscalização da vigilância sanitária, foi encontrado na pasta da vítima um atendimento médico realizado por um médico psiquiatra, no domingo (27), determinando que ele fosse encaminhado para a UPA com urgência. A equipe da Polícia Militar de Nova Ponte fez contato na clínica, local para onde foi encaminhado o jovem e ele relatou diversas denúncias, tendo confirmado a briga entre os internos e que foi realmente agredido por Giovanni, tendo sido segurado pelo funcionário. Após ele cair, “chutaram minha cabeça e costelas por cerca de cinco minutos, ficando com o corpo todo sujo de sangue”.

Ele pediu para ser levado para o hospital e não foi atendido, sendo levado para um quarto sujo, onde funciona como castigo. Segundo o relato do jovem, ainda foi ameaçado de morte por Giovanni caso contasse algo para alguém. “Se ele contasse sobre o ocorrido para alguém, Giovanni o mataria e deixaria seu corpo em um canavial”, relatou a ocorrência.

O jovem ainda diz que o enfermeiro o atendeu por 20 segundos e não teria lhe encaminhado para o hospital ou outro atendimento. O jovem relatou ainda que, após dizer que deveria ir para o hospital, o funcionário de 55 anos disse o seguinte: "não podemos levá-lo ao hospital, caso contrário, sairemos do local presos e algemados". Ele disse que por volta de 1h00 dessa terça-feira (28) foi transferido da clínica pelo funcionário de 55 anos e outra pessoa.

Os militares de Nova Ponte fizeram contato com a vítima e eles afirmaram que, mesmo passados 4 dias das agressões, a vítima estava com vários hematomas pelo corpo, tais como: rosto inchado, e olhos roxos, além de escoriações na testa, tórax e costa. Fotos das lesões foram providenciadas e encaminhadas para a delegacia da Polícia Civil de Patos de Minas. A conversa com o menor foi gravada em vídeo e, o jovem encaminhado para o Hospital Municipal de Nova Ponte. A ocorrência foi encaminhada para Polícia Civil que tomará as demais providências. Giovanni havia sido preso pela Polícia Militar na segunda-feira (27) acusado de tráfico de drogas e desacato. Ele nega estes crimes.

O advogado de Giovanni encaminhou a seguinte posicionamento: "o paciente, desde o início de seu tratamento, sempre teve comportamento agressivo e teve diversas desavenças com outros pacientes.

Após um episódio de surto psicótico ao qual este paciente se armou com dois pedaços de ferro e disse que iria matar os funcionários da clínica, foi solicita da transferência do mesmo, para outra instituição, ao qual não foi atendido até o presente momento. O pedido de transferência está datado de 29/11/2021

No dia 24 o paciente bateu em outro paciente durante a noite, no dia 25 durante o dia, passou a afrontar funcionários e outros pacientes. Desta forma, foi comunicado ao proprietário da clínica. Ao qual foi até a clínica para conversar com o paciente, pois o mesmo sempre o ouviu e respeitou. Durante a conversa o paciente passou a agredir funcionários e pacientes da clínica com socos e chutes. Onde começou uma briga genarilzada.

Em função disso o mesmo foi transferido as pressas, pois foi jurado de morte por outros pacientes.

Válido destacar que o paciente possui diversas passagem policiais, inclusive de tentativa contra a vida de terceiros.

Toda documentação foi apresentada a polícia militar e será fornecida a polícia civil durante o curso do inquérito policial."

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