Homem é morto a facadas em Pilar e suspeito telefona para a PM para confessar crime

Um homem de 30 anos foi morto no início da manhã desta quinta-feira (30), no Distrito de Pilar, em Patos de Minas. William da Silva Gomes, de 30 anos, natural de Una/BA e residente em Lagamar, foi encontrado caído em via pública. Um homem de 47 anos telefonou para a Polícia Militar e confessou o crime.

De acordo com informações da Polícia Militar, a guarnição foi acionada pelo COPOM e se dirigiu ao local após receber informações de que um homem havia sido encontrado caído em via pública, com lesões provocadas por faca. A perícia preliminar constatou três perfurações na vítima: uma lesão no pescoço, outra no tórax posterior e a terceira na altura da virilha direita, que atingiu a artéria femoral, conforme relatado pela técnica do SAMU.

Durante o deslocamento, a fração da PM de Lagamar recebeu um telefonema de Cláudio Nunes da Silva, de 47 anos, o próprio suspeito de ser o autor do homicídio, quando então teria se identificado como autor do crime. Ele alegou estar em sua casa e informou que a vítima encontrava-se a poucos metros da sua residência.

A Polícia Militar registrou a ocorrência como homicídio consumado de transeunte, e diversas equipes participaram da ação, incluindo policiais do 15º BPM e da 156ª Companhia da PM. Cláudio Nunes, que possui outros registros em seu nome, foi detido e conduzido à delegacia para as providências legais.

Testemunhas e envolvidos foram ouvidos no local. O vizinho de Cláudio relatou ter visto William chegar em frente à casa do autor e iniciar agressões físicas. Ele disse que tentou intervir, pedindo que cessassem a briga. Temendo por sua segurança, a testemunha recolheu-se em sua residência e fechou a porta. De lá, ouviu barulhos de William chutando a porta de Cláudio e afirmou ainda que, inicialmente, não visualizou nenhuma faca.

Outra testemunha contou que conhecia William e que ele já havia ameaçado moradores em datas anteriores. Contudo, naquele dia, não presenciou as agressões. Uma das testemunhas relatou que o motivo do desentendimento era o fato de Cláudio ter espalhado no distrito que William havia estuprado sua filha menor.

O local foi isolado para o trabalho da perícia técnica. Após os procedimentos, o corpo foi liberado à funerária e encaminhado ao IML. No local, foi apreendida uma faca tipo peixeira, com lâmina de 25 cm. Também foi recolhido um celular de cor vermelha pertencente à vítima.

Cláudio foi preso e conduzido à unidade de saúde de Lagamar. A médica plantonista atendeu o suspeito e constatou escoriações no lado direito da face. Após o atendimento, ele foi conduzido à autoridade judiciária competente.

Em seu relato, Cláudio afirmou que estava na garagem quando William chegou de forma exaltada, proferindo ameaças de morte contra ele. A vítima dizia que iria matá-lo e reclamava das “fofocas”.

Inicialmente, Cláudio pensou que fosse brincadeira, mas foi agredido com socos e tapas. Após essa primeira agressão, William retornou ao carro, enquanto Cláudio entrou em casa e fechou a porta. Em seguida, a vítima voltou e começou a chutar a porta de madeira, danificando a estrutura e possibilitando a invasão da residência.

Ainda segundo a Polícia Militar, dentro da casa, teve início nova luta corporal entre ambos. Cláudio relatou que conseguiu sair pela porta quebrada, sendo perseguido, e que, em determinado momento, na garagem, viu a vítima fazer menção de sacar uma faca da cintura. Em luta, Cláudio tomou a faca de William e desferiu golpes com a arma branca.

A vítima foi encontrada próxima a uma cerca, caída de lado, já sem vida, e, ao lado do corpo, estava a faca usada na ação. A porta da residência apresentava danos na parte inferior, indicando a invasão. O autor do homicídio foi o responsável pelo acionamento e, durante a ligação, em contato com os militares, foi orientado e permaneceu no local até a chegada da polícia. Todo o material apreendido e os relatos foram encaminhados à autoridade policial para providências.