Financiamento de campanha e renovação política

Para Marcelo Pimentel, a oligarquia saiu fortalecida e os candidatos terão que se reinventar.

As novas regas de financiamento das campanhas eleitorais devem favorecer os atuais detentores de mandatos e reduzir a renovação política no país. Essa é a opinião do assessor-chefe de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eron Pessoa, e do mestre em ciência política e pesquisador associado do Laboratório de Pesquisa em Comportamento Político, Instituições e Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Pimentel, que estuda financiamento de campanhas desde 2012.

Os dois convidados do programa Diálogo Brasil apontam um somatório de fatores para justificar esse efeito mais imediato das mudanças esperado por eles: a proibição da participação das empresas no financiamento das candidaturas; a conjuntura econômica, com alto nível de desemprego comprometendo o poder de doação das pessoas físicas; o modelo de distribuição do dinheiro destinado às campanhas, que privilegia os partidos com maior representatividade; a redução do tempo da propaganda eleitoral; e o momento político adverso, diante das revelações da Operação Lava Jato.

Eron Pessoa observa que até o debate de novas ideias será prejudicado. Mas acrescenta que era preciso iniciar o processo de maior participação do eleitorado nas campanhas. Segundo ele, esse é um trabalho educativo e de longo prazo. Para Marcelo Pimentel, a oligarquia saiu fortalecida e os candidatos terão que se reinventar. Ele diz que não havia um modelo de financiamento para o país se espelhar. Mas avalia que a tendência é estreitar o vínculo e aumentar a responsabilidade na relação entre o eleitor e o político eleito.

Também participam do programa, por meio de depoimentos em vídeo, o advogado e jurista Henrique Neves, que foi ministro do TSE entre 2012 e 2017; o jornalista especialista em crowdfunding que é consultor e fundador da consultoria em financiamento coletivo Bando, Felipe Caruso; o professor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília Creomar de Souza; e a jornalista Ísis Maria, do coletivo Campanha de Mulher.

O Diálogo Brasil vai ao ar toda segunda-feira, às 22h15, pela TV Brasil.

Fonte: Agência Brasil

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