Festival em Coromandel resgata trajetória musical do poeta Goiá

Na última semana, foi realizado em Coromandel um festival que reuniu poetas e artistas de toda região.

Na última semana, foi realizado em Coromandel um festival que reuniu poetas e artistas de toda região. O evento que ficou com o salão repleto de pessoas é dedicado a Gerson Coutinho da Silva, o Goiá. O músico e poeta coromandelense estaria completando 76 anos, mas morreu precocemente no dia 20 de Janeiro de 1.981, com apenas 46 anos, exatamente há três décadas.

O objetivo do festival é resgatar as músicas do poeta e valorizar a cultura local, consequentemente, buscar aprimorar a identidade cultural dos moradores, através da obra magnífica do artista, considerado um dos compositores mais importantes de toda a região.

O festival contou com vários artistas e depois de 5 horas de apresentação, sendo avaliados na interpretação, harmonia, afinação, ritmo, arranjo e apresentação, Júlio César & Danilo ficaram em primeiro lugar, Wisley & Robério ficaram em segundo e Chiquinho em terceiro.

Goiá tinha uma maneira especial de relatar em suas canções, fatos e acontecimentos vividos na trajetória de sua vida, suas paixões, seus sentimentos mais profundos e principalmente a saudade dos tempos de criança e de sua cidade que ele amava tanto. É quase impossível não se lembrar de alguns dos mais belos e cantados versos da música brasileira:

Saudade de Minha

De que me adianta, viver na cidade,
Se a felicidade não me acompanhar.
Adeus paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar.
Ver na madrugada, quando a passarada,
Fazendo alvorada, começa a cantar,
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar;
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.

Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado;
Esta nova vida, aqui na cidade,
De tanta saudade eu tenho chorado,
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
Eu fico com pena, mas esta morena,
Não sabe o sistema em que fui criado.
Tô aqui cantando, de longe escutando,
Alguém está chorando com o rádio ligado.

Que saudade imensa, do campo e do mato,
Do manso regato que corta as campinas,
Aos domingos ia, passear de canoa,
Na linda lagoa de águas cristalinas;
Que doce lembrança, daquelas festanças,
Onde tinha danças e lindas meninas,
Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria,
O mundo judia mas também ensina.
Estou contrariado mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas.

Pra minha mãezinha, já telegrafei,
Que já me cansei de tanto sofrer;
Nesta madrugada estarei de partida,
Pra terra querida que me viu nascer;
Já ouço sonhando, o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada, clareando as estradas,
A relva molhada desde o anoitecer.
Eu preciso ir, pra ver tudo alí,
Foi lá que nascí, lá quero morrer.

Autor: Farley Júnio

Fonte: Juan Wagner Honorato

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