Em carta, servidores da Anvisa dizem estar acostumados a pressão e defendem trabalho técnico

“Nós, servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), reafirmamos, por meio desta carta aberta, o caráter técnico e independente dos trabalhos e das atividades desenvolvidos pelos servidores da Agência"

Em meio a crescentes desconfianças de uso político do órgão, servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgaram uma “Carta Aberta à Sociedade” em que afirmam estarem acostumados à pressão e garantindo um trabalho técnico e independente.

“Nós, servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), reafirmamos, por meio desta carta aberta, o caráter técnico e independente dos trabalhos e das atividades desenvolvidos pelos servidores da Agência na promoção e na proteção da saúde da população”, diz a carta assinada pelo Univisa, sindicato dos servidores da agência e divulgada na noite de quinta-feira.

“Por se tratar de uma autarquia sob regime especial, conforme define a própria lei de criação da Anvisa, a Agência não serve aos interesses de governos, de pessoas, de organizações ou de partidos políticos”, continua a carta.

A posição do presidente Jair Bolsonaro, em disputa com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e abertamente contrário à vacina contra Covid-19 CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada pelo Instituto Butantan, levou a suspeitas de que o presidente pode pressionar a agência contra a liberação do medicamento chinês.

Além disso, como mostrou a Reuters, em início de novembro Bolsonaro indicou o tenente-coronel reformado do Exército Jorge Luiz Kormann para assumir uma das cinco diretorias da agência, justamente a responsável pela liberação das vacinas. Kormann não tem qualquer experiência na liberação de medicamentos e nem mesmo na área médica.

A provável confirmação de Kormann pelo Senado dará a Bolsonaro a maioria na diretoria colegiada da Anvisa, com três indicados, incluindo o presidente, Antônio Barra. O rito sumário de liberação de vacinas em caráter emergencial no país, aprovado na quinta-feira pela agência, terá que ser feito pela diretoria colegiada, mesmo que com a indicação de servidores técnicos.

Na carta, os servidores afirmam que estão acostumados a pressões externas, inerente ao trabalho que realizam, mas que o trabalho técnico está acima de qualquer pressão.

“Ao longo dos seus 20 anos de existência, a agência consolidou-se como uma referência no setor de saúde justamente pelo trabalho desenvolvido por seus servidores, que resultou na reconhecida excelência da sua atuação regulatória e na credibilidade de suas ações e decisões, baseadas exclusivamente em critérios técnicos e científicos”, diz a carta.

Fonte: Reuters

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