Direção do São Lucas diz que respeita intervenção e que o uso do hospital depende da Prefeitura
Além disso, a direção indicou insatisfação com as interferências administrativas que tem sofrido e declarou que a Prefeitura não adotou qualquer providência para exercer a administração do hospital.
Seis dias depois de o São Lucas ter sido cedido ao Município, a direção do hospital se manifestou sobre as polêmicas recentes envolvendo a situação de suas instalações médicas. Em nota enviada ao Patos Hoje, a coordenação afirmou que a estrutura é, sim, capaz de atender à demanda. Além disso, a direção afirmou que respeita a intervenção, mas indicou insatisfação com as interferências administrativas que tem sofrido e declarou que a Prefeitura ainda não adotou providências para exercer a administração do hospital.
A declaração foi emitida depois de o prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão, ter afirmado na terça-feira (23) que “não há nenhuma possibilidade de se colocar a estrutura dos leitos de UTI para funcionar” no São Lucas. Dias antes, na sexta-feira (19), a Justiça havia acatado o pedido da Prefeitura para intervir no hospital, como forma de ampliar a quantidade de leitos para Covid-19 o mais rápido possível. Porém, as equipes da Vigilância Sanitária e da Secretária de Saúde teriam constatado falhas estruturais que impediriam a utilização do ambiente.
Segundo a nota da direção do Hospital, a estrutura do São Lucas contempla 150 leitos, sendo 60 de UTI, além de instalações de hemodiálise e oncologia. Ainda segundo a direção, o local “é o único hospital da região com três usinas de oxigênio” e, assim como os outros hospitais da cidade, possui balões de oxigênio de reserva. A equipe de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas também teria o número exigido pela Vigilância Sanitária.
A coordenação do São Lucas também criticou a maneira como o assunto tem sido tratado. De acordo com a nota, o hospital “não nega a insatisfação ao sofrer ingerências administrativas, estas, até o presente momento, nem um pouco colaborativas”. A direção afirma que o ambiente para discussões era “favorável” e não “indicava a necessidade da medida extrema adotada pelo Município de Patos de Minas”.
A nota diz ainda que, mesmo depois de uma semana da tomada dos leitos, o Poder Público “não iniciou ou adotou qualquer providência no intuito de exercer a administração dos setores do Hospital que lhe foram outorgados pela decisão judicial”. Apesar das críticas, a direção informou que seguirá a determinação da Justiça e manterá o hospital sob a gestão municipal, inclusive, facilitando as ações da Prefeitura.
Segundo o boletim publicado na quarta-feira (24), Patos de Minas tem 172 pacientes internados, sendo 61 em leitos de UTI. A ocupação de leitos, incluindo hospitais públicos e particulares, está em 221,15% nos leitos clínicos e 164,86% nas UTIs. Já foram confirmados 8.852 casos de Covid-19 na cidade, com 162 óbitos.
Confira a nota da direção do Hospital São Lucas na íntegra:
A direção do Hospital São Lucas esclarece. Temos o maior hospital em número de leitos. São 150 leitos, sendo 60 leitos de UTIs. Hemodiálise com 220 pacientes dializando em máquinas absolutamente novas. Serviço de oncologia e maternidade Rede Cegonha. Segundo especialistas e médicos da região, a melhor estrutura física hospitalar da região. O único hospital da região com três usinas de oxigênio e, assim como os outros hospitais da cidade, vários balões de oxigênio de reserva. Equipe de médicos, enfermagem, fisioterapeutas em número exigido pela vigilância sanitária. Hospital São Lucas, uma forte ligação com a vida
O Hospital São Lucas não nega a insatisfação ao sofrer ingerências administrativas, estas, até o presente momento, nem um pouco colaborativas. Registre-se que o ambiente de negociações e discussões com intuito de promover parcerias e ofertar mais serviço a rede pública estava favorável, o que por si só não indicava a necessidade da medida extrema adotada pelo Município de Patos de Minas. Necessário mencionar ainda que, após quase uma semana da tomada dos leitos, o poder público municipal não iniciou ou adotou qualquer providência no intuito de exercer a administração dos setores do Hospital que lhe foram outorgados pela decisão judicial. Por fim, é bom deixar claro que o HSL não irá se insurgir contra a decisão judicial e manterá o hospital sob a gestão municipal, inclusive facilitando o desempenho de suas ações, pois estamos nesse momento preocupados com a assistência aos pacientes e se o município sinaliza que possui melhores condições para gerir o hospital e prestar um serviço com mais qualidade nós somos favoráveis.