Decisão judicial que impede construção da UFU gera polêmica entre lideranças
A decisão de barrar a construção da UFU até que se faça uma licitação pôs lenha na fogueira que divide oposição e situação na polí
No início do mês passado, a Justiça Federal de Patos de Minas acatou pedido do Ministério Público Federal e anulou o processo de doação do terreno na região dos 30 Paus para a construção do Campus da UFU na cidade. O juiz federal, Edison Moreira Grillo Júnior, autor da decisão, também concedeu liminar proibindo a aplicação de qualquer recurso público federal, estadual ou municipal em quaisquer obras para implantação do campus no terreno.
A Universidade Federal de Uberlândia recorreu e aguarda nova decisão. Enquanto isso, cresce a polêmica em Patos de Minas. O secretário de estado da agricultura, Elmiro Nascimento, diz que a ação na justiça foi motivada por um empresário e por um vereador da oposição e que a paralisação só traz prejuízos para a cidade. Ele também deixou transparecer uma preocupação com uma possível saída da UFU da cidade.
Em entrevista ao Sistema Clube de Rádio, Elmiro Nascimento informou que existem R$ 17 milhões reservados no orçamento da União para a construção do Campus da UFU em Patos de Minas. Com a paralisação do processo esse dinheiro pode ser destinado para outros fins ou retornaria para os cofres do Governo Federal. “Isso atrapalhou muito Patos”, enfatizou o secretário se referindo à interrupção do processo de construção.
A entrevista foi classificada como “terrorismo” pelo deputado federal José Humberto Soares. Da Tribuna da Câmara ele comentou a polêmica. “A UFU já está instalada em Patos de Minas. Os primeiros vestibulares já foram realizados (...). O que acontece agora é que algumas pessoas, especialmente pelos meios de comunicação, estão veiculando que esta denúncia estaria colocando em risco a instalação deste braço da UFU em Patos de Minas. Me sinto na obrigação de tranquilizar a população da minha cidade e de toda a região para dizer que a UFU já se instalou em Patos, na verdade ela já está lá, e que os recursos foram alocados no Orçamento da União”.
José Humberto também defendeu a posição da Justiça. Para ele, a decisão do juiz federal é a consequência de um ato que foi feito sem transparência e ética. “Temos certeza de que todo ato público deve ser revestido da imparcialidade, da legalidade, da moralidade e da impessoalidade”, frisou.
O deputado federal Antônio Andrade não fugiu da polêmica. O presidente do PMBD Mineiro disse que está buscando informações junto aos órgãos competentes para ajudar a resolver o impasse o mais rápido para que o Campus da UFU finalmente seja construído em Patos de Minas.
Autor:
Maurício Rocha