Corpo encontrado no mato, carro em motel e vários vestígios; homicídio é desvendado quase cinco anos depois

O delegado de crimes contra a vida Luís Mauro Sampaio recebeu a imprensa na manhã de hoje e contou em detalhes como o crime teria acontecido.


Um homicídio que parecia sem solução foi desvendado pela Polícia Civil na tarde dessa segunda-feira (11) em Patos de Minas. O crime aconteceu no ano de 2017 e o corpo de Reynaldo Caixeta foi encontrado em um terreno nas costas da Coca Cola da JK. O carro dele foi localizado em um motel nas proximidades e até então o crime estava sem solução. O delegado de crimes contra a vida Luís Mauro Sampaio recebeu a imprensa na manhã de hoje e contou em detalhes como o crime teria acontecido.

De acordo com o delegado, a Polícia Civil recebeu uma informação de que Eldion Fernandes de Brito, de 29 anos, que atualmente está preso no Presídio de Patos de Minas teria sido o autor do homicídio. Diante dessa informação, ele foi até ao local e conversou com o suspeito que confessou o homicídio. Segundo o delegado, o acusado deu riqueza de detalhes sobre o homicídio dizendo que a situação estava o perturbando muito.

Eldion contou ao delegado que teria furtado algumas peças de ouro na época e as oferecido para a vítima pelo valor de R$4 mil. Reynaldo por sua vez teria dito que não tinha o montante no momento, mas que compraria os objetos. Sendo assim, o suspeito teria dito as seguintes palavras: “Pode me dar mil reais, vou te passar meu endereço e depois você passa lá em casa e me paga o restante”. Reynaldo concordou. O delegado disse ainda que algumas semanas depois o suspeito foi preso pela prática de outro furto.

Na prisão, Eldion teria ficado bastante aborrecido porque Reynaldo ainda não teria procurado sua residência para pagar o restante que estava devendo. Depois de alguns meses ele foi liberado da prisão, mas não esqueceu do fato acontecido anteriormente. Ainda segundo o delegado, o suspeito relatou que, em um determinado dia, visualizou o Jeep/Compass sendo conduzido por Reynaldo e que decidiu pará-lo para pedir uma carona. “Tem como você me deixar em casa?” disse Eldion. A vítima disse que sim e os dois foram em direção a residência dele.

Na chegada, Eldion chamou a vítima para sair, ela prontamente aceitou. Segundo as investigações, a vítima era homossexual e possuía quadro de soro positivo. O acusado disse ao delegado que nesse momento já estava com intenção de matar Reynaldo. Ele então pegou uma sacola de roupa, uma faca e entrou no veículo. Os dois foram para um local ignorado e depois de um tempo foram para um terreno que fica atrás da Coca Cola na Avenida JK.

Lá nesse lugar, os dois começaram a discutir e foi aí que o suspeito desferiu um golpe de faca na altura da cintura da vítima. Luís Mauro explicou ainda que um veículo teria aparecido e se assustado com a cena do rapaz segurando uma faca. Nesse momento, a vítima deu uma cotovelada para trás acertando o suspeito e ele por sua vez deu uma espécie de gravata no pescoço de Reynaldo com a faca. “Ele ficou muito agitado, se mexendo e eu então com movimentos de vai e vem passei a faca no pescoço dele” disse o suspeito ao delegado.

Após isso, percebendo que a vítima ainda estava viva, Eldion foi lá e desferiu mais alguns golpes de faca para concretizar o homicídio. O delegado ressaltou que ele pegou o veículo com a intenção de ir para casa, mas se lembrou que tinha uma roupa no carro. “Sendo assim ele foi para um motel, tomou banho, trocou de roupa e passou álcool em gel em todos os lugares com a intenção de apagar digitais” disse o policial. Como não conseguiu ligar o veículo, o suspeito saiu do motel pulando o muro e esqueceu um tênis no carro.

Na saída, Eldion ainda rasgou a sacolinha de roupas e uma bermuda com manchas de sangue também ficou no motel. Na época, a Polícia Militar foi ao local e registrou a ocorrência. Segundo o delegado, o suspeito de 29 anos disse que queria muito confessar o crime uma vez que o fato estava o perturbando bastante. “Agora nós já estamos na fase final e vamos encaminhar o processo para o Ministério Público para que ele dê segmento aos trabalhos”. O suspeito segue preso por outros crimes cometidos no Presídio Sebastião Satiro.

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