Brasil cresce mais do que o esperado no 2º tri e evita recessão

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre na comparação com o primeiro.

A economia brasileira evitou a recessão no segundo trimestre com um resultado melhor do que o esperado em meio à retomada do investimento, buscando engrenar a recuperação no momento em que o país tenta avançar com as reformas econômicas.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre na comparação com o primeiro, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).[nL2N25P0DO]

Esse foi o melhor resultado para segundos trimestres desde 2013, quando houve aumento de 2,3%. Também é o crescimento trimestral mais forte desde o terceiro trimestre de 2018 (+0,5%).

No primeiro trimestre deste ano, a economia havia recuado 0,1%, em dado revisado pelo IBGE após informar queda de 0,2%. Assim, o país evitou dois trimestres seguidos de queda no PIB, o que seria considerado recessão técnica.

O ritmo econômico do Brasil vem mostrando dificuldades de recuperação e instabilidade, depois de ter registrado aumento de 0,1% no quarto trimestre de 2018 sobre os três meses anteriores.

“Não podemos afirmar que é um recuperação do PIB, temos apenas um trimestre de alta e taxas perto de zero”, destacou a gerente de contas trimestrais do IBGE, Claudia Dionísio.

Em relação ao segundo trimestre de 2018, o PIB apresentou expansão de 1,0%. Ambos os resultados ficaram acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanços de 0,2% na base trimestral e 0,7% na anual.

“A notícia do PIB foi ótima e muito positiva para o mercado. Todos estávamos muito nervosos com a possibilidade de o Brasil entrar em recessão técnica... Não foi o que vimos”, afirmou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, em comentário a clientes.

O ano de 2019 começou com o abalo provocado pelo rompimento de barragem da Vale (VALE3.SA) em Brumadinho (MG), no fim de janeiro. E seguiu com intensas discussões sobre as reformas econômicas.

Considerada crucial para colocar as contas públicas em ordem, a reforma da Previdência foi aprovada na Câmara dos Deputados no início de agosto e passou a tramitar no Senado.

Agora, as atenções —e incertezas— se voltam para a reforma tributária. O cenário no país continua sendo de inflação fraca e juros ainda mais baixos —a Selic está na mínima histórica de 6%— mas o desemprego permanece elevado e continua restringindo o consumo.

“O que dá para dizer é que tem uma reação lenta da economia ante o biênio 2015/2016, que foi o fundo do poço. É uma recuperação gradual com a ressalva de que a economia ainda está quase 5 por cento aquém do pico de atividade”, completou a economista do IBGE Rebeca Palis.

INVESTIMENTO

O IBGE informou que, em relação às despesas, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimentos, destacou-se com aumento de 3,2% sobre o primeiro trimestre. Foi o melhor resultado desde o segundo trimestre de 2013, quando cresceu 5,8%.

“Os níveis de confiança dos empresários estão levemente melhores. Houve um processo de desestoque no ano passado, e tudo isso favorece o crescimento do investimento”, explicou a economista do IBGE Rebeca Palis.

Já as despesas das famílias aumentaram 0,3% no segundo trimestre sobre o primeiro, enquanto por outro lado as do governo contraíram 1,0%.

Do lado da produção, no segundo trimestre o melhor resultado foi registrado pela indústria, com alta de 0,7% devido à expansão de 2,0% nas Indústrias de Transformação e de 1,9% na Construção.

Enquanto isso, os serviços cresceram 0,3% e a indústria contraiu 0,4% no período.

A pesquisa Focus realizada pelo Banco Central junto a economistas mostra que a expectativa é de que o PIB do país termine o ano com crescimento de apenas 0,80%, recuperando-se a 2,10% em 2020.

O BC, depois de reduzir a taxa básica de juros, já estimava que PIB ficaria estável ou apresentaria ligeiro crescimento no segundo trimestre.

Por sua vez, o governo reduziu pela metade sua perspectiva de crescimento para o PIB este ano, a apenas 0,81%. Pouco depois, o governo anunciou a liberação de saque de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep, prevendo que os 42 bilhões de reais que serão liberados até o ano que vem vão impulsionar a economia em 0,35 ponto percentual num prazo de 12 meses.

“O número surpreendeu um pouco para cima e é uma sinalização de que a economia está num processo moderado de recuperação. É importante que a própria agenda econômica que vem sustentando esse cenário de recuperação continue a andar e, no geral, com um cenário de juros baixos, a tendência é que esse alívio se sustente para os próximos trimestres”, afirmou o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto.

Últimas Notícias

Grupo de amigos ciclistas arrecada doações para afetados no Rio Grande do Sul

Veja mais

Minas Gerais teve mais de 31 mil mortes em acidentes de trânsito de 2015 a 2023

Veja mais

Patenses fazem bonito em etapa do Campeonato Brasileiro de Mountain Bike em Sergipe

Veja mais

Sítios minerários do século XIX são descobertos em pesquisa arqueológica feita em Patos de Minas

Veja mais

Prefeitura prorroga até o dia 12 o prazo de inscrições para o 3º Festival de Viola Zé Marreiro

Veja mais

Incêndio às margens da BR 365 causa acidente com 4 veículos; um dos carros pegou fogo

Veja mais