BNDES abrirá edital de R$25 mi para apoio a museus

De acordo com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o texto deve ser finalizado até a próxima semana.

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)abrirá um edital de doação de 25 milhões de reais para ações de segurança e modernização de instituições culturais e o governo federal edita nos próximos dias uma medida provisória permitindo a criação de fundos patrimoniais para receber doações que possam garantir o financiamento do patrimônio histórico nacional.

As duas ações foram anunciadas nesta terça-feira, depois de uma reunião no Palácio do Planalto, como parte das medidas federais para recuperar o que for possível do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruído por um incêndio no último domingo, e tentar evitar novas tragédias.

“Até o final deste mês vamos publicar o edital. Será destinado à elaboração de projeto executivo de segurança e modernização das instalações e para implantação propriamente dita das melhorias”, disse o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira. “Visa prevenir e evitar novos episódios dessa natureza. O edital será para todas as instituições que têm acervo. Não é empréstimo, são doações que o BNDES faz e que estão abarcadas pela Lei Rouanet.”

O BNDES já tinha a previsão de um acordo de 21 milhões de reais para modernização do Museu Nacional que incluía também a instalação de um projeto de segurança contra incêndio, mas não chegou a ser iniciado.

De acordo com o ministro da Educação, Rossieli Soares, o governo federal já separou 10 milhões de reais para as primeiras ações emergenciais no museu, inicialmente para reforçar a estrutura do prédio e um projeto executivo de recuperação, o que será feito em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Depois, um projeto executivo será feito, para a reconstrução propriamente dita. Apenas essa segunda fase, segundo Rossieli, deve levar de 10 meses a um ano, antes mesmo de se começar a fazer a recuperação do prédio.

FINANCIAMENTO

Depois da destruição do museu, o governo decidiu acelerar também a legislação que cria os chamados fundos patrimoniais, que permitem a instituições culturais, de educação, saúde, etc, receberem doações independentes do orçamento federal para garantirem seu financiamento. De acordo com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o texto deve ser finalizado até a próxima semana.

Os fundos patrimoniais, usados em diversas partes do mundo, recebem doações para instituições específicas —como o Museu Nacional, por exemplo— e tem administração profissional independente. O recurso principal não pode ser usado, mas os rendimentos financiam a manutenção da instituição.

“É uma medida estruturadora que visa dar sustentabilidade permanente para essas instituições que hoje dependem quase exclusivamente de recursos públicos e tem gestão ineficiente”, defendeu o presidente do BNDES.

Um comitê gestor formado pelos ministérios da Cultura, Educação, Relações Exteriores e Casa Civil, além do BNDES e dos bancos públicos, também foi criado para cuidar das ações mais imediatas de recuperação do museu e irá, entre coisas, buscar doações e estudar medidas para melhorar a gestão das instituições.

De acordo com o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o governo também estuda acelerar a proposta de criação de Organizações Sociais para gerir instituições culturais.

“O modelo por OS permite captação de recursos por outras fontes e redução da dependência do modelo estatal, ter horizonte de sustentabilidade e não vir a ter os mesmos problemas. O assunto vai ser discutido no âmbito deste comitê para que possamos elaborar uma proposta legislativa para permissão das OS no âmbito federal”, explicou.

De acordo com os ministros, na quarta-feira o presidente Michel Temer irá se reunir em Brasília com representantes de bancos e grandes empresas que já se dispuseram a colaborar para negociar a doação de recursos para recuperação do Museu Nacional, o que seria feito através de fundo patrimonial.

Os ministros aproveitaram a entrevista para tentar rebater as acusações de que o governo federal havia reduzido os recursos para o museu nacional. Segundo Padilha, o orçamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) subiu 48,9 por cento entre 2012 e 2017. No mesmo período, o orçamento do museu teria caído 43,1 por cento.

“A gestão do museu nacional é da universidade. As universidades têm autonomia financeira e administrativa. Ela distribui seu orçamento de acordo com suas prioridades”, diz Padilha.

Na véspera, o reitor da UFRJ, Roberto Leher, disse que a universidade “faz a distribuição de seus recursos de custeio da maneira mais cuidadosa, profissional, ética e qualificada possível”.

Sérgio Sá Leitão, ministro da Cultura, afirmou que sua pasta pediu projetos específicos para o Museu Nacional à diretoria da UFRJ, mas nunca recebeu.

No Congresso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que “o papel dos deputados é estarem todos juntos em apoio às soluções que serão organizadas inclusive pelo Poder Executivo”.

“Todos vão poder colaborar inclusive na possibilidade de edição de um a medida provisória que o governo está avaliando e que pode ser anunciada hoje. Então o Congresso fará parte da solução de qualquer forma”, disse Maia.

Fonte: Agência Reuters

Últimas Notícias

Coopatos celebra a conquista do troféu "Prata" no Prêmio SomosCoop - Excelência em Gestão 2025

Veja mais

Câmeras de segurança registraram tremor de terra que assustou moradores da região

Veja mais

Polícia Militar lança “Operação Filhos de Minas” para reforçar segurança do comércio em Patos de Minas

Veja mais

Homem é preso em flagrante após arrombar padrão de energia e tentar cortar fiação com faca

Veja mais

Defesa Civil emite alerta para tempestades e grandes volumes de chuva em Patos de Minas

Veja mais

Homem que matou desafeto na frente da filha é condenado a mais de 11 anos em Patos de Minas

Veja mais