A interlocutores, Celso de Mello diz que bolsonaristas querem ditadura e cita Alemanha de Hitler

Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro, conforme acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, tentou interferir no comando da Polícia Federal.

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou uma mensagem a interlocutores em que disse que bolsonaristas querem instaurar uma “desprezível e abjeta ditadura militar” e compara a situação do Brasil, “guardadas as devidas proporções”, com o que ocorreu na Alemanha nazista com Adolf Hitler, segundo uma fonte que teve acesso à mensagem, obtida pela Reuters neste domingo.

Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro, conforme acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, tentou interferir no comando da Polícia Federal. O magistrado é um dos principais alvos de crítica de Bolsonaro e de mais manifestações pró-governo que ocorrem neste domingo no país.

O decano do STF disse que, guardadas as devidas proporções “parece estar a eclodir no Brasil” o “ovo da serpente, à semelhança do ocorreu na República de Weimar (1919-1933)”.

“É PRECISO RESISTIR À DESTRUIÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA, PARA EVITAR O QUE OCORREU NA REPÚBLICA DE WEIMAR QUANDO HITLER”, escreveu no texto em letras maiúsculas, citando que após ser eleito como chanceler, não hesitou em romper e anular a Constituição de Weimar “impondo ao País um sistema totalitário de poder”.

O texto diz que à lei nazista foi concedido plenos poderes que “lhe permitiu legislar SEM a intervenção do Parlamento germânico!!!!”.

“‘INTERVENÇÃO MILITAR’, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, NADA MAIS SIGNIFICA, na NOVILÍNGUA bolsonarista, SENÃO A INSTAURAÇÃO, no Brasil, DE UMA DESPREZÍVEL E ABJETA DITADURA MILITAR !!!!”, finalizou o texto.

Procurado, o gabinete do ministro informou que “a manifestação do ministro Celso de Mello foi exclusivamente pessoal”.

A tensão entre o STF e o presidente aumentou na semana passada, após uma operação realizada pela Polícia Federal, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, ter feito buscas e apreensões e quebrado sigilos bancário e fiscal de apoiadores e aliados de Bolsonaro.

Em outra frente, o presidente responsabilizou diretamente Celso de Mello, o mais antigo integrante do Supremo, por ter divulgado praticamente a íntegra de um vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Na ocasião, revelou-se que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que botaria na “cadeia” vagabundos, começando pelo STF.

Celso de Mello aposenta-se compulsoriamente do Supremo em novembro, quando completará 75 anos.

A reportagem procurou integrantes do STF para comentários sobre a mensagem de Celso de Mello, mas ninguém se manifestou de imediato.

Fonte: Reuters

Últimas Notícias

Batida frontal na BR 251 mata 4 pessoas na divisa de Minas Gerais com Goiás

Veja mais

Foragido da justiça é preso com crack e maconha após denúncia em Patos de Minas

Veja mais

Cerca de 20 hectares da Mata do Cachorro foram afetados pelas queimadas nos últimos dias

Veja mais

Você sabe quando sua fatura da Cemig é feita pela média? Saiba por que e como isso acontece

Veja mais

Uma semana após ser aberta para visitação represa de Presidente Olegário aparece vazia

Veja mais

Imagens mostram suspeitos de furtar cofres com joias e dinheiro; se você conhece denuncie

Veja mais