PC indicia mãe e padrasto por morte de menina de 4 anos em São Gotardo

O laudo de necropsia, peça fundamental para a elucidação do caso, revelou que a causa da morte foi "peritonite e septicemia aguda, devido a ruptura no intestino delgado", ocasionada por um trauma violento.

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que apurava as circunstâncias da morte da vítima, uma menina de apenas 4 anos de idade, na cidade de São Gotardo. As investigações apontam inconsistências nas versões apresentadas pelos responsáveis pela criança, culminando na responsabilização direta do padrasto e a mãe, pelo óbito da vítima.

De acordo com informações da Assessoria de Comunicação da Polícia Civil, a criança deu entrada no Hospital Municipal de São Gotardo na madrugada de 17 de julho de 2025, já sem sinais vitais. Inicialmente, o padrasto e a mãe alegaram que a criança havia sofrido uma convulsão seguida de vômitos. No entanto, em uma segunda versão, o padrasto afirmou que a menina teria caído de um veículo no dia anterior, batendo a cabeça. Essas narrativas conflitantes levantaram as primeiras suspeitas da equipe médica e das autoridades.

O laudo de necropsia, peça fundamental para a elucidação do caso, revelou que a causa da morte foi "peritonite e septicemia aguda, devido a ruptura no intestino delgado", ocasionada por um trauma violento.

Ainda segundo a Assessoria da Polícia Civil, as diligências investigativas aprofundaram-se nas contradições. A análise de imagens de câmeras de segurança, por exemplo, não corroborou a versão da queda do veículo, seja na data inicialmente informada (16/07/2025) ou na corrigida pela mãe (15/07/2025). Além disso, o comportamento do padrasto e da mãe, os quais optaram por permanecer em silêncio e não colaborar com as investigações, foram fatores que intensificaram as suspeitas das autoridades.

Profissionais de saúde que atenderam a criança no hospital relataram a presença de múltiplas lesões no corpo da criança, incluindo escoriações no supercílio, abdômen e costas, que eram incompatíveis com uma simples queda. Adicionalmente, foram observados sinais de negligência, como falta de higiene e a presença de "bicho de pé" em estágio avançado, indicando um quadro de maus-tratos.

Outro ponto relevante foi a alegação do padrasto de que a criança teria sido atendida em uma farmácia após a suposta queda. Contudo, investigações em todas as farmácias do distrito de Guarda dos Ferreiros não encontraram qualquer registro ou confirmação de atendimento à vítima ou a seus responsáveis, sugerindo que essa versão foi criada para desviar a atenção das autoridades.

Ademais, uma das irmãs da vítima confirmou que o padrasto batia na vítima, dando murros na barriga dela, o que provavelmente ocasionou a ruptura do intestino com consequente morte da vítima, sendo a mãe conivente com as agressões.

O relatório final do inquérito, remetido ao Poder Judiciário em 22 de agosto de 2025, concluiu que as inconsistências nas narrativas e os elementos probatórios coletados colocam o padrasto de 27 anos e a mãe de 30 anos como diretamente responsáveis pela morte de a criança. Ambos foram indiciados pelo crime de feminicídio (art. 121-A) com pena prevista de 20 (vinte) a 40 (quarenta) anos, aumentada de 1/3 (um terço) até a metade pelo fato da vítima ser menor de 14 anos e continuam presos.

Últimas Notícias

Moradores reclamam de asfalto que cedeu três vezes após obra e cobram providências

Veja mais

Família que teve casa invadida por enxurrada relembra desespero e pede ajuda da população

Veja mais

Senac Patos de Minas abre inscrições para Programa de Aprendizagem Profissional 2026

Veja mais

Homens que mataram mulher trans em estacionamento em Patos de Minas são condenados

Veja mais

Temporal volta a causar transtornos e moradora se desespera ao ver sua casa sendo tomada pela água

Veja mais

Alunos de Agronomia do Unipam produzem mudas nativas para recuperação de mata em Patos de Minas

Veja mais