MPMG quer matar a sede dos animais em Brumadinho e proibir pesca no Paraopeba

Em 24 horas, o IEF e o Igam deverão enviar informações por escrito sobre o acolhimento da Recomendação.

A quliadade da água do Rio Paraopebas piorou e já registra a mortandade de peixes.

Para combater a sede dos animais e prevenir novas infrações contra a fauna e os recursos hídricos afetados pela lama e detritos da Mina do Córrego do Feijão, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) a Recomendação Cedef 02/2019.

Já considerando a piora da qualidade do Rio Paraopeba, a mortandade dos peixes e da vida aquática, além dos prejuízos econômicos, principalmente para a atividade pesqueira, o MPMG expediu à Vale e ao Instituto Estadual de Florestas (IEF) a Recomendação Cedef 03/2019.

Em 24 horas, o IEF e o Igam deverão enviar informações por escrito sobre o acolhimento da Recomendação e sobre as respectivas providências adotadas, com a qualificação da equipe técnica, além de relatórios diários sobre as medidas, durante uma semana. Após esse período, o prazo para envio dos relatórios poderá ser repactuado.

O MPMG estabelece, nos dois documentos, que a recusa, o retardamento ou a omissão de dados indispensáveis à propositura de ação civil, quando requisitados, constitui crime, punido com pena de reclusão de um a três anos, e multa, nos termos do art. 10 da Lei 7.347/1985.

Estabelece também que as medidas a serem adotadas deverão ser submetidas ao Comando da Operação de Resgate (CBM-MG e Defesa Civil), e ao IEF, - no caso da Recomendação Cedef 03/2019 - para serem compatibilizadas com as demais medidas emergenciais em curso, visando a segurança das pessoas envolvidas.

Vale - A empresa deverá iniciar imediatamente o monitoramento dos pontos de mortandade das espécies da fauna aquática, por quilômetro de curso d’água atingido. Entre outras medidas, a Vale deverá promover também o monitoramento do deslocamento da pluma de lama, mediante coletas quinzenais no primeiro semestre, mensais no segundo semestre, trimestrais ao longo do segundo ano e semestrais nos três anos seguintes; o monitoramento da velocidade do deslocamento da lama, de modo a direcionar os esforços aos locais prioritários, além de promover o levantamento de todos os indivíduos e espécies identificados em eventos de mortandade.

Uma equipe especializada deverá fazer o resgate emergencial das espécies nativas da fauna aquática, localizadas na jusante do rompimento da barragem, observando as técnicas que propiciem o menor tempo para o resgate e posterior soltura.

Para reduzir a mortandade das espécies durante o processo, devem ser monitoradas a

temperatura e a concentração de oxigênio na água, com a utilização de bicos de ar comprimido para auxiliar na oxigenação dos contêineres de transporte.

IEF - O MPMG recomendou ao IEF que acompanhe o monitoramento, por meio de equipe técnica qualificada, dos pontos de mortandade das espécies da fauna aquática e das medidas a cargo da equipe. O IEF deverá também emitir ato proibindo a pesca no Rio Paraopeba e nos rios estaduais afluentes, sem prejuízo de outras medidas para a proteção da fauna aquática.

Igam – Com a maior brevidade possível, o Igam deverá promover o fornecimento de água para a “dessedentação animal nos locais”, ou seja, combater a sede, onde for constatado o desabastecimento, e providenciar o levantamento dos pontos de escassez de água onde o fornecimento para os animais possa estar comprometido.

O Igam deverá promover o monitoramento da qualidade das águas atingidas pela lama de rejeitos e de seus afluentes e da observância do uso prioritário dos recursos hídricos para consumo dos animais, nas situações de escassez decorrentes da contaminação do Rio Paraopeba e outros corpos hídricos atingidos, adotando as providências administrativas pertinentes em caso de sua violação.

Fonte: Superintendência de Comunicação Integrada Ministério Público de Minas Gerais

Últimas Notícias

Batida frontal na BR 251 mata 4 pessoas na divisa de Minas Gerais com Goiás

Veja mais

Foragido da justiça é preso com crack e maconha após denúncia em Patos de Minas

Veja mais

Cerca de 20 hectares da Mata do Cachorro foram afetados pelas queimadas nos últimos dias

Veja mais

Você sabe quando sua fatura da Cemig é feita pela média? Saiba por que e como isso acontece

Veja mais

Uma semana após ser aberta para visitação represa de Presidente Olegário aparece vazia

Veja mais

O que a polícia já sabe e o que pode ter motivado mais um assassinato em Patos de Minas

Veja mais