Morador flagra com drone macaco perdido há dias em árvore na Lagoa Grande
Ele utilizou um drone para fazer imagens do macaco que é conhecido como guigó-de-frente-negra, guigó, sauá ou zogue-zogue.
A Lagoa Grande de Patos de Minas ganhou nos últimos dias um habitante diferente. Um macaco incomum aos patenses está perdido em uma árvore do cartão postal da cidade. Um morador foi quem flagrou o animal no alto da árvore. Ele utilizou um drone para fazer imagens do macaco que é conhecido como guigó-de-frente-negra, guigó, sauá ou zogue-zogue.
Foi o empresário Túlio Pereira quem registrou o flagrante e encaminhou as imagens para o Patos Hoje nesta sexta-feira (02). Morando próximo à Lagoa, ele disse que o macaco parece perdido na árvore. Túlio informou que o animal se encontra sozinho no local há pelo menos 3 dias. As imagens mostram o macaco no alto da árvore, nas imediações da Rua Barão do Rio Branco. Não se sabe como ele chegou ao local. No entanto, é possível que ele tenha encontrado alimentos na árvore.
O biólogo Saulo Gonçalves Pereira, colunista do Patos Hoje, informou que o animal trata-se de um guigó-de-frente-negra. Esta espécie é arborícola, com preferência para as áreas de sub-bosque e possui hábitos diurnos. Uma das mais ativas espécies do grupo personatus, sua área de vida varia de 21 a 49 hectares. Quase a metade do tempo de atividade é gasto em forrageio e alimentação (47%), enquanto 21% do tempo é dedicado ao descanso. Sua dieta é composta por frutos na maior parte das vezes (46-64%), seguida de folhas (5-33%), flores (11-24%), invertebrados e vertebrados (3-10%).
A fêmea, em geral, é maior em tamanho em relação ao macho. O tamanho corporal da fêmea mede cerca de 35 cm de comprimento, e 49,5 cm de cauda, já o macho apresenta um comprimento corporal de 34,5 cm e caudal de 46,5 cm. Pesam, em média, 1,3 kg. Eles possuem uma máscara negra que se destaca do restante do corpo. Testa, orelhas, queixo e face são de coloração negra. Peito, garganta e laterais do corpo são castanho-claros acinzentados, enquanto os pés e as mãos são negros. Sua cauda é de cor alaranjada ou castanho-alaranjada.
O macaco, mais conhecido na região como sauá (Callicebus nigrifons) ocorre nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, o que significa que é endêmico ao Brasil. Apesar da ampla distribuição, esta espécie ocorre na região mais populosa do Brasil, o que resulta em uma grande ameaça devido à perda de habitat, desmatamentos e fragmentação, dificultando a conservação da espécie. Um declínio populacional da espécie vem ocorrendo resultante da monocultura de eucalipto, desmatamento, pecuária, agricultura, queimadas e incêndios florestais.