Justiça nega prisão preventiva de médico, mas ele deverá ficar em casa no período noturno

Daniel Tolentino deverá cumprir outras medidas judiciais

Fórum de Patos de Minas. ( Foto: Arquivo Patos Hoje )

O médico Daniel Tolentino ganhou a liberdade na noite de sábado (20) após um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça em Belo Horizonte. Esta decisão não condicionou qualquer medida cautelar. No entanto, outra decisão judicial referente a um pedido de prisão preventiva na Comarca de Patos de Minas, a qual foi negada, estipulou condições para a liberdade.

As medidas cautelares foram conferidas pelo juiz plantonista após um pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil. Conforme a decisão, o médico deverá ficar recolhido em casa no período noturno, das 20h00 às 6h00, não sair da Comarca de Patos de Minas sem autorização, comparecer ao juízo quando chamado e ainda não se aproximar das pessoas envolvidas no inquérito policial.

O médico pode continuar em liberdade até nova decisão judicial em contrário. A prisão poderá ocorrer, por exemplo, em caso de descumprimento de alguma medida cautelar ou algum fato novo no processo. O Patos Hoje está aberto ao posicionamento da defesa ou do próprio Daniel Tolentino.

Relembre o caso

Roberta foi socorrida na madrugada de terça-feira (05/03) quando estava em um hotel nas proximidades do Terminal Rodoviário. Ela sofreu convulsões e chegou a ter parada cardiorrespiratória. De acordo com a ocorrência policial, o médico Daniel Tolentino de Sousa relatou que ela começou a se sentir mal durante o ato sexual e que, ao ver a situação, se desesperou e a arrastou pelo braço até o corredor do hotel, gritando por socorro. Ele também disse que começou as manobras para reanimá-la. O médico ainda relatou para os policiais que ela havia ingerido xeque-mate, uma mistura de vodca com chá mate, e negou ter medicado a namorada. Daniel Tolentino falou aos policiais que havia colocado o celular dela em uma bolsa da dentista.

Conforme está na ocorrência policial, o porteiro do hotel disse que o médico havia se hospedado no hotel pela manhã e Roberta chegou pela noite na companhia dele, tranquilos sem aparência de terem consumido bebida alcoólica. Por volta das 2h00, ele saiu e foi até o carro buscar algo que não soube precisar o que era. Por volta das 3h00, ouviu os pedidos de socorro, tendo subido ao apartamento para verificar o que havia acontecido.

Ainda conforme o registro policial, o porteiro também relatou que havia percebido que sobre a cama havia vários objetos usados em práticas sexuais, inclusive um par de algemas. A testemunha contou que não viu drogas, bebidas ou algum tipo de medicação no quarto. E os dois hóspedes haviam consumido apenas água mineral e refrigerantes do frigobar.

Foram feitos os exames toxicológicos e periciais no corpo da jovem. O corpo de Roberta apresentava hematomas. O policial confirmou que houve realmente uma mensagem da dentista para uma amiga clamando para que a buscasse. A jovem Roberta Pacheco, formada em odontologia recentemente, faleceu na tarde de domingo (17/03). A linha de investigação aponta que Roberta pode ter sofrido uma overdose e que isso não é sinal de condenação ou inocência do médico. As investigações continuam no caso que é considerado muito complexo. O inquérito já possui mais de 700 páginas e cerca de 50 pessoas já foram ouvidas.

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