Foliões que forem acampar no Carnaval devem tomar vacina contra febre amarela

Ao contrário de 2008, este ano os municípios mineiros não deverão sentir falta da vacina contra a febre amarela.

Quem nunca se vacinou ou foi imunizado há mais de dez anos contra febre amarela, mora em Minas Gerais ou pretende viajar para campings, hotel fazenda, sítios, ou área rural de Minas ou outros estados da região Centro Oeste ou Norte do Brasil, deve procurar a unidade de saúde mais próxima de casa para receber uma dose da vacina e ficar protegido contra a doença. O alerta é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG).

Ao contrário de 2008 este ano os municípios mineiros não deverão sentir falta da vacina contra a febre amarela. Em Patos de Minas as doses estão disponíveis em todas as unidades.

Embora a febre amarela urbana não seja transmitida no país desde 1942, ainda ocorre a contaminação no ambiente silvestre. Nesses locais, a transmissão envolve primatas não humanos (PNH) e vetores silvestres da doença. Por isso é fundamental que todos se vacinem já que essa é a única maneira de evitar a doença.

Em 2008 foram confirmados quatro casos de febre amarela silvestre, sendo que três eram importados de Goiás e um caso autóctone em pessoa residente do município de Unaí (Noroeste do Estado). Em relação a casos em PNH (micos e macacos), foram confirmados sete casos em João Pinheiro, Arinos, Paracatu, Brasilândia de Minas, Natalândia, Unaí e Lagamar.

Já em 2009, até o momento, a SES recebeu confirmação, na última quarta-feira (28), de um caso importado de Febre Amarela, no município de Muriaé, Zona da Mata. O paciente E.B., de 36 anos, residia na cidade há seis meses e contraiu a doença no Rio Grande do Sul, na cidade de Jóia, onde esteve no período de 26 a 30 de dezembro de 2008, com circulação na zona rural. Voltou a Minas, em viagem de avião, e ao chegar em Muriaé, no dia 31 de dezembro, já apresentava um quadro febril. Ele foi internado em hospital do município no dia 2 de janeiro e faleceu cinco dias depois.

A Saúde Estadual, desde a suspeita do caso, tomou as medidas de vigilância necessárias, como a intensificação do combate ao mosquito Aedes aegipty no bairro onde o paciente residia e nas proximidades do hospital. Também orientou os serviços de saúde municipais a intensificarem o monitoramento de ocorrências de síndromes febris icterohemorrágicas.

De acordo com o gerente de Vigilância Ambiental da SES, Francisco Lemos, é importante que a população fique atenta à vacinação, pois a doença é grave e uma vez infectada, a pessoa, pode, ao retornar à área urbana, servir como fonte de infecção para o Aedes aegypti, o vetor da doença nas áreas urbanas que pode, então, iniciar a transmissão da doença em área urbana, o que não ocorre há várias décadas, destacou.

De acordo com a Coordenação de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde, a vacina é indicada para crianças a partir dos 9 meses de idade, com um reforço a cada 10 anos. Em áreas onde está ocorrendo a circulação do vírus, a vacina pode ser administrada a partir dos 6 meses de idade.

A vacina não deve ser aplicada em pessoas portadoras de imunodepressão transitória ou permanente. Nestes casos, a imunodepressão pode ser provocada por doenças como câncer e infecção pelo HIV ou pelo tratamento com drogas imunossupressoras, como corticóides, e radioterapia. É contra indicada também em pessoas com doença do Timo ou que retiraram este órgão. Em caso de doenças crônico-degenerativas, o médico deve ser consultado.


A doença

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, de curta duração (no máximo 10 dias) e de gravidade variável. Possui dois ciclos de transmissão: o silvestre (que ocorre entre primatas não humanos, onde o vírus é transmitido por mosquitos silvestres) e o urbano (erradicado no Brasil desde 1942). O vírus da febre amarela, pertencente ao gênero Flavivirus, da família Flaviviridae.

Dependendo da gravidade, a pessoa pode sentir febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). A transmissão da enfermidade não é feita diretamente de uma pessoa para outra. Para isso, é necessário que o mosquito pique uma pessoa infectada e, após o vírus ter se multiplicado (nove a 12 dias), pique um indivíduo que ainda não teve a doença e não tenha sido vacinado.

O vírus e a evolução clínica da doença são idênticos para os casos de febre amarela urbana e de febre amarela silvestre, diferenciando-se apenas o transmissor da doença. A febre amarela silvestre ocorre, principalmente, por intermédio de mosquitos do gênero Haemagogus. Uma vez infectado em área silvestre, a pessoa pode, ao retornar, servir como fonte de infecção para o Aedes aegypti (também vetor da dengue), transmissor da febre amarela urbana.

A única forma de evitar a febre amarela é a vacinação. A vacina é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. É administrada em dose única a partir dos 9 meses de idade com reforço a cada 10 anos durante toda a vida, que residam ou irão viajar para área onde é recomendada a vacinação contra febre amarela.

Estados considerados de risco: Amapá, Roraima, Pará, Amazonas, Acre, Rondonia, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e alguns municípios dos estados de Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Se viajar para áreas de risco, vacinar contra a febre amarela 10 dias antes da viagem.

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