Epidemia silenciosa: número de suicídios cresce e psicóloga faz alerta em Patos de Minas
A superexposição nas redes sociais tem potencializado o quadro.
O Setembro Amarelo é o mês dedicado a prevenir o suicídio. E falar em saúde mental atualmente se tornou ainda mais importante. Os números envolvendo casos de depressão e ansiedade com o consequente suicídio vêm crescendo nos últimos anos e os profissionais alertam. A superexposição nas redes sociais tem potencializado o quadro.
O Patos Hoje conversou com a psicóloga Nathália Maciel nessa terça-feira (26) e ela alertou. Os casos de suicídio vêm aumentando de forma silenciosa, já que a sociedade em geral não fala sobre a questão. No Instituto Médico Legal-IML- de Patos de Minas, o Patos Hoje teve esta confirmação: “o número de suicídios é muito maior do que homicídios e acontecem com pessoas jovens.”
Nathália alertou para a questão das redes sociais. Ela disse que a exposição em excesso acaba impactando de forma negativa o comportamento social, deixando as pessoas de viverem o “eu” para se transformarem em um “padrão”. Segundo a psicóloga, ao se exporem, podem ser atacadas por pessoas também adoecidas e isso começa a gerar confusão mental.
Para piorar, mesmo não conseguindo lidar com o problema, preferem passar por ele de forma solitária. “É preciso usar as redes sociais com moderação”, disse. Nathália explicou que até as crianças estão clamando por atenção e isso pode gerar um mal para os filhos, podendo criar uma geração de pessoas adoecidas.
Ela também pediu para que as pessoas tenham um olhar mais empático com relação ao outro: “um bom dia, boa tarde e boa noite”, podem fazer a diferença, frisando que a família precisa estar atenta para saber se algo não está normal. “Suicídio não é um chilique. A depressão é o ápice da depressão. É um ato de desespero”, ressaltou.
Além do olhar mais empático das pessoas, Nathália destacou que buscar a ajuda de um profissional se tornou de grande importância. O CVV- Centro de Valorização da Vida- realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária todas as pessoas que querem conversar pelo 188.
Nathália também foi a entrevista desta terça-feira (26) no Contraponto. Veja a entrevista completa em que a profissional confere um olhar mais aprofundado sobre os casos de suicídio.