Com incertezas sobre a volta às aulas, papelarias de Patos de Minas sofrem tombo nas vendas

As papelarias de Patos de Minas estão vazias e têm registrado números bem abaixo da média esperada para essa época

Tradicionalmente, os meses de dezembro e janeiro são de grande movimentação nas papelarias. Enquanto os estudantes estão de férias, os pais vão às ruas e enchem as lojas para comprar o material escolar para o próximo ano letivo. Porém, com a pandemia de Covid-19 provocando indefinições sobre a volta às aulas, a realidade no início de 2021 é diferente: as papelarias de Patos de Minas estão vazias e têm registrado números bem abaixo da média esperada para essa época.

Segundo Dênis Alves, dono de uma papelaria no centro da cidade, o período de dezembro a fevereiro costuma ser o de maior faturamento, chegando a representar metade de toda a receita anual da loja. No entanto, as vendas em seu estabelecimento no último mês de dezembro diminuíram 50% em relação ao mesmo período em 2019. Esse percentual também simboliza a redução nas vendas totais de 2020, quando comparadas com as do ano anterior. Para janeiro de 2021, a previsão é que a queda seja ainda maior.

“Os números estão bem aquém da nossa realidade. Se eu conseguir vender em janeiro 50% do que eu vendi no ano passado, eu ficarei satisfeito”, admitiu Dênis à reportagem do Patos Hoje. “As vendas estão bastante tímidas em relação ao número de alunos que atendemos normalmente. Esse vai ser um ano muito atípico para nós”.

Em outra papelaria de Patos de Minas, a expectativa é que o faturamento deste mês seja 70% menor que o de janeiro de 2020. Para o proprietário do estabelecimento, Marlindo Basílio, a tendência é que as dificuldades se estendam ao longo de todo o ano.

“As previsões não são nada animadoras”, afirmou. “Nosso setor foi um dos mais prejudicados pela pandemia. O fato de as escolas estarem fechadas e de os alunos não estarem saindo de casa nos prejudicou bastante”.

O fechamento das escolas para aulas presenciais no ano passado fez com que os estudantes não utilizassem grande parte do material que adquiriram no início de 2020. Assim, os pais têm preferido reaproveitar esses objetos do que comprar artigos novos, o que contribui bastante para a diminuição nas vendas. Pouco usada pelos estudantes em 2020, a mochila está entre  os produtos que mais têm apresentado redução no volume de vendas, com queda entre 70% e 80%.

O comércio de cadernos, um dos que mais cresce na virada do ano, também registrou diminuição, estimada em 30%. “Muitas pessoas aproveitaram os cadernos que foram usados pela metade”, explica Dênis. “Além disso, todo ano acontecia a reposição dos cadernos, quando o material de conteúdos que utilizam muitas folhas, como Português e Matemática, acabava. Com a pandemia, essa reposição não aconteceu”.

Por outro lado, alguns itens tiveram um aumento no percentual de vendas durante a pandemia. De acordo com os lojistas, a necessidade de trabalhar em home office fez com que os artigos de escritório, como cadeiras, cartuchos de impressão e cestos de lixo, registrassem alta nos últimos meses. Além disso, com as crianças em casa, itens para atividades artísticas, como canetinhas, giz de cera, lápis de cor e tinta guache, também tiveram bom desempenho.

O novo coronavírus também afetou o processo de contratação das empresas. Normalmente, os estabelecimentos firmam acordos temporários com os trabalhadores durante o período de pico nas vendas, que vai de dezembro a fevereiro. Porém, a redução no fluxo de clientes fez com que os proprietários deixassem de priorizar a admissão de novos funcionários.

“Com a volta às aulas em 2021, a expectativa era dobrar o número de funcionários, mas contratei apenas duas pessoas”, relatou Dênis Alves. “Eu acredito que nesse ano não teremos a possibilidade de contratar mais pessoas. No ano passado, chegamos a trabalhar com 42 pessoas. Agora, estamos com 17”.

Na papelaria de Marlindo Basílio, a situação foi semelhante: nenhum novo trabalhador foi admitido nos últimos meses.

“Nós sempre contratamos funcionários para começarem em dezembro ou no começo de janeiro. Nesse ano, não fizemos nenhuma contratação nesse período, justamente pela incerteza sobre quando as aulas voltariam”, contou Marlindo. “Temos recebido muitos currículos, mas esse será um ano muito difícil e não há perspectivas de melhoras para o setor”, finaliza.

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