Com auxílio de helicóptero e negociador, polícia salva motorista de aplicativo de sequestro

A Polícia Militar teve que usar helicóptero, negociador e um grande efetivo para por fim ao sequestro de um motorista de aplicativo na cidade de Uberlândia. O homem de 44 anos permaneceu por mais de três horas com uma faca no pescoço. O sequestrador foi baleado por policiais militares, mas não corre risco de perder a vida.

A Polícia Militar foi acionada por familiares do motorista de aplicativo, ainda na madrugada dessa segunda-feira (09). A filha dele contou que ligou para o pai, que estava demorando a chegar em casa, mas que foi atendida por outra pessoa, dizendo que estava em fuga, mas que o ele seria liberado a salvo. A jovem pediu para ouvir a voz do pai. Com o telefone no viva voz, ela ouviu o motorista dizer que estava bem e ouviu também o sequestrador dizendo que já havia passado os policiais. Em seguida, o telefone desligou.

Diante da situação, todas as equipes policiais da região de Uberlândia foram alertadas quanto ao sequestro do motorista de aplicativo que estava em um veículo Renault/Sandero, de cor prata. Diversas equipes foram mobilizadas. Um denunciante relatou aos policiais que o veículo tinha seguido em sentido a Araguari. Mais tarde, por volta de 8h, os militares receberam nova informação de que o carro tinha passado no pedágio voltando para Uberlândia.

Por volta de 9h uma equipe Tático Móvel visualizou o veículo transitando na rodovia 050, sentido Uberlândia, mas a viatura estava em sentido contrário e perdeu o carro de vista. Por volta de 11h, os militares receberam informação de que o veículo Sandero teria seguido sentido ao distrito de Miraporanga em alta velocidade.

O helicóptero da Polícia Militar foi acionado e localizou o carrp no km50 da MGC 455, logo após o distrito de Miraporanga. A aeronave pousou, mas os militares não visualizaram ninguém no veículo Sandero. O local estava cercado e os policiais viram dois homens saindo do mato.

Ao perceber a presença dos policiais, o sequestrador de 32 anos, abraçou a vítima por trás e colocou a faca eu seu pescoço. Os policiais passaram então a tentar acalmar o autor, que estava bastante nervoso. Uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros e um negociador capacitado foram acionados.

Foram três horas de negociação, sendo que a todo momento, o sequestrador proferia ameaças. "Eu vou matar ele, eu vou morrer, eu não tenho nada a perder, meu interesse é morrer", dizia ele.

Em determinado momento, após todo tempo de negociação, a vítima já cansada e em atitude de desespero, aproveitando-se de uma janela de oportunidade dada pelo autor, desvencilhou-se da faca que estava em seu pescoço. Percebendo que o sequestrador tentava agarrar a vítima novamente, os policiais atiraram, primeiro com uma arma de choque e, em seguida, disparos de arma de fogo.

O autor foi atingido por dois disparos na perna direita e um disparo na perna esquerda, sendo socorrido e encaminhado para o Hospital das Clínicas. O motorista de aplicativo foi levado para a UAI Planalto, medicado e liberado.

Após o sufoco, o motorista sequestrado contou os momentos que viveu. Ele disse que quem solicitou a corrida foi uma mulher, porém, quando chegou ao local do embarque, saíram dois homens da casa. Um deles embarcou e quando chegou na avenida Minervina Candida, no bairro Osvaldo, o autor colocou uma faca no seu pescoço e anunciou o sequestro. “Agora você vai cancelar a corrida e nós vamos viajar, eu fiz uma coisa ai, vamos dar uma fuga”, teria dito o criminoso. Desta forma, ele pegou sentido à cidade de Araguari, quando o autor colocou a faca no colo e disse que não iria matá-lo, mas que queria ser morto pela polícia.

A viagem foi até Catalão, quando abasteceu o carro e rodou a madrugada toda, até decidirem volta para Uberlândia. Segundo o motorista, quando visualizou o helicóptero, o autor pôs novamente a faca em seu pescoço. Ao ver uma viatura, ele relatou que iria morrer. Mesmo tendo sido alvejado três vezes, o autor não corre risco de vida. O motorista recebeu cuidados médicos e foi liberado para voltar para casa.