Anvisa discute nesta sexta-feira regulamentação de cigarro eletrônico
Debate será transmitido por canal da agência no YouTube
Nesta sexta-feira (1º), a diretoria colegiada da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia se coloca em consulta pública
a regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil.
No ano passado, a diretoria Colegiada da Anvisa aprovou, por
unanimidade, relatório técnico que indicava a necessidade de se manter a
proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar e a adoção de medidas
adicionais para coibir o comércio irregular desse tipo de produto, como o
aumento das ações de fiscalização e a realização de campanhas educativas.
Entenda
Os dispositivos eletrônicos para fumar são também conhecidos
como cigarros eletrônicos, vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e
heat not burn (tabaco aquecido). Embora a comercialização no Brasil seja
proibida, os dispositivos podem ser encontrados em diversos estabelecimentos
comerciais e o consumo, sobretudo entre os jovens, tem aumentado.
Com aroma e sabor agradáveis, os cigarros eletrônicos
chegaram ao mercado com a promessa de serem menos agressivos que o cigarro
comum. Entretanto, a Associação Médica Brasileira (AMB) alerta que a maioria
absoluta dos vapes contém nicotina – droga psicoativa responsável pela
dependência e que, ao ser inalada, chega ao cérebro entre sete e 19 segundos,
liberando substâncias químicas que trazem sensação imediata de prazer.
Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, foi registrado um
surto de doença pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos. Apenas nos
Estados Unidos, foram notificados quase 3 mil casos e 68 mortes
confirmadas.
Além do debate no âmbito da Anvisa, tramita no Senado
Federal o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, de autoria da senadora Soraya
Thronicke, que permite a produção, importação, exportação e o consumo dos
cigarros eletrônicos no Brasil.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
(PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
em 2019, 22,6% dos estudantes de 13 a 17 anos no país disseram já ter
experimentado cigarro pelo menos uma vez na vida, enquanto 26,9% já experimentaram
narguilé e 16,8%, o cigarro eletrônico.
O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua política
de controle do tabaco. Em julho de 2019, tornou-se o segundo país a implementar
integralmente todas as medidas previstas pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) no intuito de reduzir o consumo do tabaco e proteger as pessoas das
doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
Fonte: Agência Brasil