Anvisa aprova por unanimidade uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford

A reunião terminou na tarde deste domingo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA- aprovou neste domingo (17) o uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford contra a Covid-19. A reunião começou por volta das 10h00 e só terminou nesta tarde. O complexo estudo foi apresentado primeiro pelos técnicos que analisaram as mais diversas situações do imunizante.

Patos de Minas

De acordo com a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, até esta segunda-feira (18), todas as 28 regionais de saúde de Minas Gerais devem receber do Governo estadual os materiais que vão auxiliar na vacinação contra a Covid-19. Segundo a Assessoria de Comunicação, Patos de Minas vem executando o seu próprio Plano de Contingenciamento de Vacinação com base nas orientações estaduais e federais. “Estamos preparados para quando as doses chegarem.”, disse. A Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal disse que ainda não tem uma data prevista para o início da vacinação na cidade. O Patos Hoje entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Patos de Minas, às 17h00 deste domingo (17), para saber sobre a vacinação na cidade, mas a informação é de que isso só será definido nos próximos dias.

Vacina Coronavac

O uso emergencial da CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, recebeu o aval da área técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A recomendação foi analisada em reunião pelos diretores do órgão, que aprovaram a vacinação em caráter emergencial antes de sair a autorização definitiva.

“A recomendação como área técnica é que, tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento do número de casos, a ausência de alternativas terapêuticas, que é uma situação de muita tensão quanto aos insumos, a agência recomenda a aprovação do uso emergencial, condicionada ao monitoramento e acompanhamento próximo das incertezas”, disse o gerente de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes.

Na apresentação, o gerente da Anvisa informou que a área técnica confirmou a eficácia da CoronaVac. A taxa de sucesso na prevenção da doença em relação ao grupo que tomou placebo (medicamento inócuo) atingiu 50,39%. Na semana passada, o Butantan tinha divulgado uma eficácia de 50,38%. O índice está acima da eficácia mínima de 50% exigida pela Anvisa e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Acompanhamento

Segundo a área técnica da Anvisa, apesar da recomendação do uso emergencial, existem incertezas que deverão ser acompanhadas de perto pelo órgão. Os técnicos destacaram a duração da imunização, efeitos em idosos e em grupos específicos e eficácia em pessoas que tiveram a doença. A Anvisa também informou que aguarda as informações sobre os anticorpos gerados na Fase 3 do estudo.

Vacina de Oxford

Além da CoronaVac, a diretoria da Anvisa analisou o uso emergencial da vacina de Oxford, desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, com acordo para ser fabricada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ela também teve o uso emergencial recomendado pela área técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A recomendação da área técnica foi votado pelos diretores da Anvisae aprovada. A Anvisa confirmou a eficácia global do imunizante em 70,42%, validando estudo publicado no início de dezembro pela revista científica The Lancet. A eficácia mede a taxa de sucesso na prevenção da covid-19 comparada a quem recebeu placebo (medicamento inócuo).

Assim como no caso da CoronaVac, os técnicos da Anvisa recomendaram o monitoramento de incertezas e a reavaliação periódica da vacina de Oxford. O gerente de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, citou duas incertezas que precisarão de acompanhamento: baixo número de idosos testados e diferenças entre o banco de semente de vírus da AstraZeneca e do Instituto Serum, laboratório da Índia.

Após a apresentação da área técnica, os cinco diretores da Anvisa votaram aprovando a vacinação em caráter emergencial.

Mulher, negra e enfermeira da linha de frente- 1ª a ser vacinada contra Covid-19 no Brasil

Após a aprovação do uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ela recebeu o imunizante Coronavac, desenvolvido no país pelo Instituto Butantan, no Hospital das Clínicas de São Paulo, neste domingo (17).

Mônica Calazans, de 54 anos, mora em Itaquera, na zona Leste da capital paulista, e trabalha no hospital Emílio Ribas, referência no tratamento de Covid-19 no país. Para chegar ao seu trabalho, de acordo com um relato feito ao governo de São Paulo, ela leva cerca de uma hora e meia.

A enfermeira tem perfil de alto risco para complicações da Covid-19: é obesa, hipertensa e diabética. Mesmo assim, em maio, quando a pandemia atingia alguns de seus maiores picos, escolheu trabalhar no Emílio Ribas, mesmo ciente de que a unidade estaria no epicentro do combate à pandemia. Segundo ela, a vocação falou mais alto.

A profissional atuou como auxiliar de enfermagem durante 26 anos e resolveu fazer faculdade já mais adulta, e conseguiu o diploma de enfermeira aos 47 anos.

Corintiana, Mônica é viúva e mora com o filho Felipe, de 30 anos, conta que é minuciosa nos cuidados de higiene e distanciamento no trabalho e quando chega em casa.

"Quem cuida do outro tem que ter determinação e não pode ter medo. É lógico que eu tenho me cuidado muito a pandemia toda. Preciso estar saudável para poder me dedicar. Quem tem um dom de cuidar do outro sabe sentir a dor do outro e jamais o abandona"

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