Acusados de assassinar jovem a mando de organização criminosa são condenados pelo júri
Gustavo Henrique Mariano da Silva, vulgo Cacatua, e Leonardo da Silva Souza são acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, organização criminosa, cárcere privado e corrupção de menores.
Dois dos seis acusados de assassinar o jovem Marcos Vinícius de Andrade Araújo foram condenados pelo Tribunal do Júri da Comarca de Patos de Minas nessa quarta-feira (30). Gustavo Henrique Mariano da Silva, vulgo Cacatua, e Leonardo da Silva Souza são acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, organização criminosa, cárcere privado e corrupção de menores.
O julgamento começou de manhã e entrou pela noite. Após ouvir a acusação do Ministério Público e as defesas dos dois acusados, os jurados consideram os dois réus culpados. Leonardo da Silva Souza foi condenado a 26 anos e 7 meses em regime fechado. Já Gustavo Henrique foi condenado a 23 anos e 6 meses de prisão. Outros acusados de terem participado do crime serão julgados em outra data.
O que aconteceu
Segundo o Ministério Público, na noite do dia 26 de fevereiro de 2023, Marcos Vinicius estava na Orla da Lagoa Grande, em Patos de Minas, acompanhado de alguns amigos quando quatro adolescentes chegaram no local. Em determinado momento, uma menor começou a xingar e gritar com Marcos, o acusando de ter estuprado a irmã da adolescente. Diante disso, algumas pessoas que estavam próximas começaram a se aglomerar e se questionar sobre as acusações.
Uma das pessoas seria Gustavo, que teria se aproximado da adolescente e dito que fazia parte de uma organização criminosa e tomou o controle da situação. Minutos depois, um outro acusado teria ido ao local e também conversou com a adolescente. Logo após, os dois decidiram ligar para outros supostos integrantes da organização criminosa para decidir se iriam levar Marcos Vinicius para o “Tribunal do Crime”.
A adolescente que teria sido supostamente estuprada foi até os acusados e na presença de uma mulher maior de idade, que é exigido pela organização, foi iniciada a conferência, em um local distante de outras pessoas. As adolescentes reafirmaram o estupro e um outro menor afirmou que Marcos teria tentado beijar uma menor a força, durante uma festa.
Apesar da vítima negar as acusações, no final da conferência, os acusados decidiram que Marcos seria levado à “cantoneira” onde seria julgado pelos membros da organização criminosa. Outras pessoas buscaram um carro e obrigaram Marcos a entrar no banco de trás. Marcos foi levado até a “cantoneira” onde foi julgado em um “Tribunal do Crime”, que decidiu pela sua execução. Marcos Vinicius foi encontrado já sem vida com um tiro na cabeça, na manhã do dia 27 de fevereiro de 2023, na zona rural de Patos de Minas. O exame de necropsia revelou lesões no tórax o que apontou que o corpo foi arrastado para o local, após a execução.
Na época, a mãe de Marcos afirmou para as autoridades que, semanas antes, o filho havia dito que queria se mudar da cidade devido algumas garotas estarem espalhando mentiras de que ele teria estuprado uma menor. Marcos ainda conversou com a mãe por mensagens no dia em que foi levado para à “cantoneira” e demonstrava estar preocupado.
O Ministério Público denunciou Gustavo Henrique Mariano da Silva, vulgo Cacatua, e Leonardo da Silva Souza, por homicídio qualificado, em meio cruel, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, ocultação de cadáver, organização criminosa, cárcere privado e corrupção de menores. Outros acusados de terem participado do crime serão julgados em outra data.