Acusado de matar comparsa de furtos em Patos de Minas é condenado; dois foram absolvidos
Além do crime de homicídio, o Ministério Público entende que eles integram uma organização criminosa.
Foram levados ao Tribunal do Júri, no Fórum Olympio Borges, em Patos de Minas, nesta terça-feira (21), os três homens denunciados pelo Ministério Público pelo assassinato de Luiz Henrique Dias Dornelas. O crime aconteceu na madrugada do dia 25 de julho de 2022. Além do crime de homicídio, o Ministério Público entende que eles integram uma organização criminosa.
Matheus Gomes Julião Brito, o “Matheus Zica”, e Pablo Bomtempo da Silva Mattos foram apontados como autores do crime e denunciados por homicídio com três qualificadoras: motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e para garantir a vantagem de outro crime, além de serem acusados de integrarem organização criminosa. Os dois estavam presos. Hemerson Cezar Bomtempo De Lima Mattos Junior, “Sonzinho”, está em liberdade e responde a acusação de integrar organização criminosa.
Segundo os autos, por duas vezes, dias antes da madrugada do crime, Matheus Gomes, Pablo Bomtempo, Hemerson Cézar e a vítima, Luiz Henrique Dias Dornelas, cometeram, juntos, furtos nas Chácaras Pôr do Sol. Os quatro foram apontados como integrantes do PCC. Os autos apontam que, na primeira vez, os quatro homens foram até a chácara e furtaram galinhas e outros objetos. Na segunda vez, levaram freezers, aparelhos de som, painel de som, caixas de som, ferramentas e utensílios de casa.
Segundo o que foi apurado pelas investigações, no dia do crime, por volta das 19h, Luiz Henrique, inconformado com a divisão dos bens do furto, contratou o serviço de frete de um amigo e foi com ele até a chácara de Matheus, pegou um freezer que estava na varanda da casa, colocou-o no veículo e o levou para uma casa no bairro Abner Afonso.
Um vizinho contou para Matheus o que tinha ocorrido, tendo ele ficado descontente com a atitude. No mesmo dia, por volta das 21h, Matheus e Hemerson foram até a casa da vítima, com o pretexto de convidá-lo para fumar maconha. Os dois homens foram atendidos por uma mulher que costumava frequentar a residência que informou que Luiz Henrique não estava na casa.
Por volta das 22h, Luiz Henrique voltou na companhia de um amigo e fizeram o uso de bebida alcoólica. Quando a esposa da vítima foi tomar banho, Matheus e Pablo tocaram o interfone, tendo Luiz atendido e saído para conversar com os dois, pois pensava que eram amigos. Assim que saiu no portão, Matheus falou para Luiz Henrique: “Gordinho, tô cansado de passar pano para você” e em seguida efetuou vários disparos contra a vítima. Luiz foi alvejado com dois disparos e caiu, momento em que Matheus e Pablo fugiram do local, porém foram vistos pela esposa da vítima.
Os autos apontam que, após o crime, a organização criminosa PCC se reuniu para apurar a participação de Matheus no homicídio. Tendo em vista que Júlio César de Oliveira e Gilson Martins foram mortos em 2022, a mando do PCC. Foi realizado uma conferência em que Matheus confessou que havia matado Luiz Henrique.
Um áudio da conferencia foi enviado para a esposa da vítima, contendo a confissão de Matheus. Dias após o ocorrido, Hemerson pediu para Matheus apagá-los do celular e para lhe mandar fotos do inquérito policial e falar para integrantes do PCC orientar a esposa da vítima para mudar o depoimento dela sobre o homicídio.
O julgamento começou na parte da manhã e durou o dia todo. Após ouvir defesa e acusação os jurados decidiram pela condenação de Matheus Gomes Julião Brito, por homicídio triplamente qualificado, a pena de 16 anos e 7 meses de prisão. Pablo e Hemerson foram absolvidos.