Acordo do MPT com a Pif Paf vai destinar quase R$1 mi para pessoas com anemia falciforme

Valores investidos no tratamento, na alimentação e na qualificação profissional da população afetada pela doença beiram R$ 1 milhão

O Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG), em Patos de Minas, celebrou, em sede de Ação Civil Pública (ACP), um acordo junto à empresa Rio Branco Alimentos S. A. (Pif Paf) que destinará R$ 970 mil para o custeio de uma série de ações a serem executadas em prol de pacientes de anemia falciforme em vários municípios de Minas Gerais.

Desse montante, R$ 500 mil deverão ser destinados a entidades voltadas à pesquisa e ao tratamento da patologia. Esse valor poderá ser investido na realização de projetos de pesquisa, compra de equipamentos, medicamentos e demais bens direcionados ao tratamento dos pacientes. O pagamento da quantia será feito em cinco parcelas e, em caso de atraso, uma multa de 20% será cobrada, com vencimento antecipado das demais parcelas, deduzidas as quantias pagas.

Outros R$ 250 mil serão entregues na forma de alimentos a instituições beneficentes de alguns desses municípios mineiros: Belo Horizonte e Região Metropolitana, Patrocínio, Pará de Minas, Juiz de Fora, Visconde do Rio Branco, Ubá, Leopoldina e Viçosa. A seleção dos produtos a serem entregues será feita pela própria empresa, dentre aqueles de sua produção, e informada ao MPT, que escolherá as instituições contempladas com as doações. Nos termos do acordo, esta obrigação deverá começar a ser cumprida a partir de agosto deste ano e concluída em março de 2023.

R$ 150 mil serão destinados para a capacitação de pacientes com doença falciforme junto ao sistema “S” (Senai, Sesc, Sesi, Senac, Senar, Sescoop, Sest). Os recursos serão empregados no custeio de cursos, alimentação e transporte dos alunos. O cumprimento da presente obrigação terá início a partir de janeiro de 2022 e perdurará até o mês de dezembro de 2024. A Associação de Pessoas com a Doença Falciforme do Estado de Minas Gerais (APDFEMG/DREMINAS) vai atuar na interlocução entre o Sistema S e os pacientes promovendo alinhamento de informações necessárias e repasse de verbas. Os custos com as atividades serão pagos pela Rio Branco Alimentos S.A diretamente ao sistema “S”, após comunicação feita pela APDFEMG. Já as despesas com alimentação e transportes serão quitadas por intermédio da associação, que atuará como depositária gratuita das quantias.

O Acordo prevê ainda que R$ 70 mil poderão ser revertidos especificamente para o atendimento de mulheres em idade fértil com anemia falciforme no Hospital Municipal Odilon Behrens (H.O.B), em Belo Horizonte. Para tanto, o MPT consultará o hospital sobre o seu interesse em receber os recursos para a aquisição de bens, produtos, equipamentos ou medicamentos. Após a manifestação do H.O.B e aprovação da destinação pretendida pelo MPT, a empresa será intimada a cumprir a destinação, com a entrega dos bens para o hospital, no prazo de 30 dias, sob pena de multa de 20%.

Além das obrigações de pagar, a empresa se comprometeu a contratar e manter 22 aprendizes pacientes de anemia falciforme em Belo Horizonte e Região Metropolitana, pelo prazo de 5 anos, a partir de janeiro de 2022, bem como realizar palestra para conscientização das chefias que tiverem aprendizes nesta condição. A atividade poderá ser apresentada, sem qualquer contraprestação, pelo procurador do Trabalho que assina o acordo, Rodney Vieira e Souza. “Considerando o grande déficit de recursos para a pesquisa nesse tema de grande relevância pública e a hipervulnerabilidade dos seus pacientes, apesar de se tratar da doença genética mais comum no Brasil e no mundo, a intervenção qualificada do MPT na busca de soluções afirmativas de direitos dessa população, através da assinatura do presente acordo, por exemplo, torna-se de suma importância”, explica o procurador.

Saiba mais sobre a anemia falciforme - Causada por uma mutação no código genético responsável pela síntese da hemoglobina (proteína encontrada no sangue), a anemia falciforme é a doença genética mais comum do mundo e traz diversos transtornos na vida daqueles que por ela são acometidos, inclusive no que diz respeito à inserção e permanência no mercado de trabalho. Atualmente, o Ministério da Saúde estima que o número de pessoas afetadas pela anemia falciforme no Brasil varie de 60 mil a 100 mil pessoas, sendo a sua incidência em Minas Gerais de 1 para 1.400 recém-nascidos, de acordo dados do programa de triagem neonatal em Minas Gerais (PTN-MG).

Fonte: Ascom MPT/MG

Últimas Notícias

Professora faz apelo para encontrar motorista que bateu em seu carro estacionado no Centro e fugiu

Veja mais

Bazar de Santo Antônio reúne mais de 10.000 itens com preço baixo, nesta quinta-feira

Veja mais

Batida frontal na BR 251 mata 4 pessoas na divisa de Minas Gerais com Goiás

Veja mais

Foragido da justiça é preso com crack e maconha após denúncia em Patos de Minas

Veja mais

Cerca de 20 hectares da Mata do Cachorro foram afetados pelas queimadas nos últimos dias

Veja mais

Você sabe quando sua fatura da Cemig é feita pela média? Saiba por que e como isso acontece

Veja mais