Almir Divino Teles, 50 anos, passou por um momento muito difícil. Ele veio até a redação do Patos Hoje e contou tudo que sofreu após ser preso em 2012 de forma injusta. Almir disse que foi preso por um roubo ocorrido em Estrela do Sul e acabou 6 meses atrás das grades. No entanto, ele disse que não teve qualquer envolvimento com o crime. E a revolta foi ainda maior porque ele entrou com uma ação de indenização contra o estado e não ganhou.

Almir falou sobre a situação nesta quinta-feira (09) após descobrir que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais havia negado o recurso de apelação na ação de indenização contra o estado. Indignado, ele contou como tudo aconteceu. Segundo ele, foi preso em Patos de Minas por um assalto ocorrido em 2012, momento em que os outros dois criminosos apontaram que o terceiro assaltante seria um “Tal de Almir”.

Com essa informação, eles chegaram a Almir em Patos de Minas, onde ficou preso por cerca de 2 meses. Depois foi levado para Estrela do Sul, onde continuou atrás das grades por mais 4 meses. Isso foi até a única audiência que teria sido com o juiz. Somente nesta data, segundo ele, foi verificado o equívoco e ele foi colocado em liberdade. “Saí sem qualquer dinheiro para vir embora. Minha filha nasceu e nem deixaram que eu a visitasse”, contou com lágrimas nos olhos.

Almir que trabalha atualmente em Patos de Minas como servente de pedreiro também relatou outra situação difícil. Segundo ele, no processo, foi identificado apenas por “Almir de tal” o que não era possível encontrá-lo para fazer a defesa. “Eles falaram que eu era o piloto de fuga, mas eu nem sei dirigir”, disse. Preferindo não se identificar na reportagem, o advogado que ingressou na justiça contra o estado cobrando os danos morais disse que isso foi o maior absurdo e não sabe o que pode ter acontecido.

Na petição, o defensor frisou: “Ele, de maneira inexplicável e injustificada, foi preso por se chamar “Almir”, sendo que um dos assaltantes que supostamente cometeram o delito teria o mesmo nome, permanecendo encarcerado, sem sequer ser ouvido pela autoridade Judiciária por absurdo lapso temporal. Tão absurda a situação que Almir somente foi interrogado no dia 20/11/2012, depois de decorridos aproximadamente 200 dias desde a sua prisão, prisão esta arbitrária, absurda, sem qualquer indício de prova que pesasse contra si, fato negado desde o primeiro momento, não sabendo sequer por qual razão estaria sendo preso, o que violou de maneira absurda todos os seus valores íntimos, além dos direitos assegurados constitucionalmente”.

No entanto, a justiça acabou indeferindo o pedido de indenização, o que causou mais ainda indignação. “Não vi o nascimento da minha filha, minha esposa não recebeu o auxílio de reclusão. Eu fiquei preso 6 meses sem direito a advogado. Hoje estou trabalhando em uma construtora há 2 anos e nunca tive nem uma falta. Deus é maior e Ele vai me ajudar”, disse.