Imagem: Arquivo Patos Hoje.

O Corpo de Bombeiros vem registrando aumento no número de queimadas este ano em Minas Gerais. Foram mais de 12 mil ocorrências de incêndios florestais no Estado, um acréscimo de 23% no período. As regiões do Alto Paranaíba e Noroeste Mineiro, principalmente Patos de Minas, tiveram contribuição importante para a alta no número de queimadas.

Segundo dados do Corpo de Bombeiros, nas regiões do Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, até o mês de agosto, houve um aumento de cerca de 17% nos registros de incêndios florestais. Foram 343 registros de janeiro a agosto de 2019 contra 403 registros no mesmo período deste ano.

Em Patos de Minas o aumento no número de queimadas foi ainda maior. Foram 192 queimadas registradas de janeiro a agosto de 2019 e 259 queimadas no mesmo período deste ano, um aumento de cerca de 35%.

Se a comparação for somente nos 20 primeiros dias de setembro, o aumento é de 40%. Foram 57 incêndios florestais nos primeiros 20 dias de setembro de 2019 e 80 registros agora.

Algumas queimadas este ano causaram muitos prejuízos, como a da Mata da Catingueiro. Na região de chácaras próxima ao perímetro urbano, mais de 20 propriedades foram afetadas. No último final de semana, o fogo causou estragos nas Chácaras Pôr do Sol. Este ano, também foi feita a prisão de uma nutricionista que ateou fogo à área de preservação existente ao longo da avenida Fátima Porto. O acidente na BR 365 que tirou a vida de 12 pessoas nesse domingo (20) também foi causado indiretamente por uma queimada.

O Corpo de Bombeiros de Patos de Minas emitiu um alerta aos proprietários rurais sobre a importância da prevenção para evitar incêndios e prejuízos neste final de período de estiagem, considerando que estamos aproximando do final do período.

Segundo o Corpo de Bombeiros, este é o período mais crítico, onde qualquer foco de incêndio pode se alastrar de forma muito rápida nas áreas rurais devido ao mato seco, ao ar seco, aos ventos fortes e principalmente ao calor, resultando em grandes estragos, danos ambientais e prejuízos ao meio ambiente e aos proprietários rurais.

Dicas dos Bombeiros para os proprietários rurais e moradores da área rural:
1- Como evitar que incêndios iniciem em suas propriedades:
-não queimar lixo na área rural;
-não realizar limpeza de áreas utilizando fogo;
-não soltar fogos de artifício;
-não fazer fogueiras durante acampamentos;
-cuidar para que os fios das linhas de transmissão da rede elétrica estejam afastados entre si e também afastados de galhos de árvores para evitar curto circuito. (caso haja algum problema na linha de transmissão, não mexa; avise a concessionária de energia elétrica para demais providências).

Nem todos os incêndios são intencionais, muitos que causaram grandes tragédias começaram através de queima de lixo após a limpeza do quintal em torno da residência rural, ou uso do fogo para a para limpeza de áreas rurais que acabou fugindo do controle ou também através de curto circuito nas linhas de transmissão que, com os ventos, acabam atingindo galhos ou os próprios fios acabam encostando um no outro por falta de um espaçador.

As fagulhas do fogo ou do curto circuito acabam alcançando áreas de capim seco e o fogo propaga-se rapidamente, tornando-se um incêndio, muitas vezes, de grandes proporções.

2- Como evitar ou dificultar a propagação de incêndios vindos da faixa de domínio da rodovia ou de outras propriedades para a sua propriedade:
-construção de aceiros juntos às cercas de divisas com as faixas de domínio e também junto às cercas de divisas das propriedades;
-construção de aceiros junto às reservas, lavouras de grãos e às plantações de eucalipto, cana, café, etc;
-promover a limpeza dos quintais, pomares e das áreas em torno das residências, galpões, garagens, currais, etc, removendo o capim e mato que porventura tenham crescido no local e que são os grandes responsáveis por propagar o incêndio até estes locais.

A grande dificuldade enfrentada pelos bombeiros e brigadistas durante o combate a incêndios na área rural é justamente a falta destas iniciativas. O capim alto e seco, é o principal responsável pela propagação dos incêndios em vegetação, então a construção do aceiro e a limpeza das áreas em volta de residências, galpões, lavouras etc, dificulta a propagação dos incêndios e protegem o patrimônio além de servir de ponto estratégico para os trabalhos de combate as chamas (sem estas iniciativas o combate fica muito prejudicado e os danos se multiplicam).

3- Como se preparar para o caso de os incêndios atingirem a propriedade:
-deixar equipamentos agrícolas e rurais  omo tratores com grade, caminhões ou caminhonetes que transportam água, bombas costais, enxadas, entre outros equipamentos disponíveis em locais seguros e protegidos, porém de fácil acesso e em condições de uso;
-deixar o pessoal, como funcionários ou moradores do local, preparados para um possível incêndio. Os adultos saudáveis e que tenham algum conhecimento para operar os equipamentos agrícolas e ou combater um princípio de incêndio podem atuar, desde que não atuem sozinhos sendo necessário pelo menos dois trabalhando juntos e não se exponham a riscos desnecessários (A SEGURANÇA DAS PESSOAS VEM EM PRIMEIRO LUGAR);
-crianças, idosos e pessoas que não tenham condições físicas ou técnicas não devem de maneira nenhuma realizar combate a incêndio em vegetação dado o grande risco e o enorme desgaste físico que o trabalho impõe, podendo tornarem vítimas de ferimentos ou de morte.

Em casos de incêndio, acionem o Corpo de Bombeiros através do número 193. Este número salva vidas!