O Ministério Público Federal disse que o ex-presidente Michel Temer, preso nesta quinta-feira, liderou uma organização criminosa que praticou desvios e recebeu propina de empresas em troca de contratos na usina de Angra 3, feitos com a estatal Eletronuclear.

Além de Temer e do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco, também foi preso preventivamente o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, amigo do ex-presidente, e outras cinco pessoas. Outros dois investigados foram presos temporariamente.

Segundo o MPF, os presos são investigados pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. As investigações apontaram que foram pagos ou prometidos 1,8 bilhão de reais em propinas à organização criminosa que seria liderada por Temer.

“Após celebração de acordo de colaboração premiada com um dos envolvidos e o aprofundamento das investigações, foi identificado sofisticado esquema criminoso para pagamento de propina na contratação das empresas Argeplan, AF Consult Ltd e Engevix para a execução do contrato de projeto de engenharia eletromecânico 01, da usina nuclear de Angra 3”, afirma a nota do MPF.

Segundo a nota, as investigações também apontaram que o alegado grupo criminoso procurou atuar para atrapalhar as investigações por meio de ações de contrainteligência, de versões combinadas entre suspeitos e de documentos forjados para despistar os investigadores.