Eles vieram para estudadar Teologia Missionária.

Três jovens missionários de Moçambique vão passar um ano e meio estudando no Brasil. O intercâmbio foi possibilitado pela Missão Novas de Paz, uma organização missionária de Patos de Minas que desenvolve ações sociais e prega a palavra cristã em comunidades carentes. No Brasil, os Moçambicanos vão estudar Teologia Missionária para tentar mudar a realidade de seu país.

O curso de teologia missionária é realizado na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, mas os três jovens vieram a Patos de Minas esta semana conhecer a Missão que possibilitou a vinda deles para o Brasil. Na tarde dessa terça-feira (09), Gilda Inácio Vilancueo, Usiel Joaquim Ahate e Bizalele Constantino conversaram com a reportagem do Patos Hoje. O encantamento com os mineiros e a simplicidade dos três jovens chamaram a atenção.

Gilda se mostrou comovida pela receptividade dos brasileiros. Os elogios, as saudações, como um bom dia, boa tarde e boa noite, tão comuns no Brasil, Gilda explica, que não acontecem por lá. Um abraço então! A moçambicana se emocionou ao falar dos abraços e da forma carinhosa com que os brasileiros se relacionam. Usiel completou dizendo que nem pais e filhos se abraçam em Moçambique.

O país africano tem muitos problemas. Com cerca de 29 milhões de habitantes, Moçambique enfrenta a miséria. A economia é baseada na agricultura, mas quando falta chuva, falta também comida para a população. As taxas de PIB per capita, índice de desenvolvimento humano (IDH), desigualdade de renda e expectativa de vida de Moçambique estão entre as piores do planeta. A taxa de alfabetização não chega a 50%, mais de um quarto da população está desempregada e a expectativa de vida não passa de 53 anos.

Mas para os jovens moçambicanos Gilda, Usiel e Bizalele, o que falta de verdade para os conterrâneos é a fé. Eles explicam que apenas 25% dos moçambicanos são cristãos, 20% seguem o islamismo, 5% adotaram outras crenças e cerca de 50% dos moçambicanos não tem nenhuma crença e vivem perdidos. Os três missionários querem mudar esta realidade no país africano. “Quero abrir muitas igrejas”, diz Gilda.

A Missão Novas de Paz, que possibilitou os estudos dos moçambicanos no Brasil, também realiza projetos sociais em Moçambique. O diretor Paulo Souto diz que a organização mantém uma creche e um asilo no país africano. Ao investir nos estudos dos três moçambicanos, a Missão quer contribuir para melhorar a vida de milhões de pessoas que sofrem em Moçambique.