Um militar da Aeronáutica foi preso na terça-feira por porte de drogas em uma aeronave militar no aeroporto da cidade espanhola de Sevilha, onde o presidente Jair Bolsonaro faria escala na viagem rumo ao Japão para participar de cúpula do G20.

Uma fonte da polícia espanhola disse à Reuters que agentes encontraram 39 quilos de cocaína em três bagagens que foram verificadas no aeroporto de Sevilha enquanto o avião aguardava para seguir viagem rumo ao Japão.

O presidente Jair Bolsonaro, que faria escala em Sevilha mas acabou mudando a parada para Lisboa, publicou mensagem no Twitter dizendo ter sido informado pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, da apreensão do militar portando entorpecentes.

Bolsonaro disse ter determinado ao ministro “imediata colaboração com a polícia espanhola” na investigação do caso.

“Caso seja comprovado o envolvimento do militar nesse crime, o mesmo será julgado e condenado na forma da lei”, acrescentou o presidente na publicação.

A agenda original da viagem de Bolsonaro ao Japão mostrava que o avião presidencial faria escala em Sevilha na noite de terça-feira, mas uma nova agenda divulgado após o caso do militar mostrou escala em Lisboa, e não mais na cidade espanhola.

Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quarta-feira, o presidente em exercício e general da reserva, Hamilton Mourão, afirmou que o militar preso vai ser “julgado por tráfico internacional de drogas e vai ter uma punição bem pesada”.

“As Forças Armadas não estão imunes a esse flagelo da droga. Isso não é a primeira vez que acontece, seja na Marinha, Exército, Força Aérea. Agora a legislação vai cumprir o seu papel e esse elemento vai ser julgado por tráfico internacional drogas e vai ter uma punição bem pesada”, disse.

Mourão afirmou que o mais importante no momento é ver as conexões para esse tipo de crime, uma vez que uma “atitude como essa não brota da cabeça”. Ele disse que a questão das drogas é uma preocupação constante nas Forças Armadas.

Posteriormente, em entrevista na saída do seu gabinete, Mourão afirmou que o militar era um sargento taifeiro e o chamou de uma “mula qualificada”.

“É óbvio que, pela quantidade de droga que o cara tava levando, ele não comprou na esquina e levou, né? Ele estava trabalhando como mula. Uma mula qualificada, vamos colocar assim”, considerou.

Mourão ressalvou que o detido não estava na tripulação do presidente que seguiria para o Japão e informou que o militar iria ficar na Espanha para dar suporte à aeronave do presidente e, quando o presidente voltasse do Japão, a tripulação iria embarcar no avião dele. “Então seria Sevilha - Brasil”, disse.

De acordo com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, o militar detido é suspeito de envolvimento no transporte de entorpecentes, e foi determinada a instauração de um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos.