Reportagem atualizada às 17h01 desta segunda-feira (29) para inserir o posicionamento do médico Edison Bernardo do Carmo

Um médico cardiologista de Patos de Minas é apontado como responsável por fazer viralizar uma notícia falsa sobre mortes por Covid-19. Segundo reportagem do Portal UOL, Edison Bernardo do Carmo postou em sua rede social o vídeo de um autor desconhecido afirmando que os hospitais recebem R$ 18 mil para cada paciente que morre vítima de Covid-19. A informação é falsa.

Segundo a reportagem do UOL, o vídeo é referente a um paciente de 81 anos que faleceu na cidade de Ipê, no Rio Grande do Sul. O atestado de óbito aponta a causa da morte como Covid-19. O autor do vídeo alega que cobrou explicações do médico e que foi informado pelo profissional que os hospitais recebem R$ 18 mil a cada registro de óbito por Covid-19.

A reportagem do UOL apurou que, embora o atestado de óbito mostrado no vídeo seja verdadeiro, as informações apresentadas são falsas. O Ministério da Saúde explicou, por exemplo, que os repasses de recursos não são definidos de acordo com os óbitos. Mesmo sendo um profissional de saúde, o médico patense publicou o vídeo com informações falsas.

A publicação do dia 22 de junho teve mais de 20 mil acessos até ser identificada como fake News e removida pelo próprio facebook. À reportagem do UOL, o cardiologista informou que desconhece a origem do vídeo e que não sabe quem é o sujeito que aparece na gravação. Edison do Carmo alegou que compartilhou o vídeo após recebê-lo de  um colega via WhatsApp.

O médico informou ainda que não se recorda de quem teria encaminhado o vídeo e que não imaginava que a publicação teria tanta repercussão. Edison do Carmo informou ainda que se arrependeu de ter feito a publicação e que quando decidiu apagar, a postagem já havia sido removida pela própria rede social.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha aponta que 81% da população brasileira considera que Fake News coloca a democracia em risco. Em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal, diversas autoridades e bloqueiros foram apontados como suspeitos de espalharem notícias falsas.

O médico relatou que, antes de publicar, fez uma pesquisa no google, no site de boatos, e como não viu nada, por ser recente, acabou publicando. Ele destacou que é um médico conceituado, com estudos em São Paulo, e disse que acabou caindo em uma cilada. "Por ser médico, a publicação ganhou uma grande repercussão", disse.