Familiares e amigos da dentista Roberta Pacheco, 22 anos, fizeram uma manifestação neste sábado (23) em Três Marias, cidade natal da jovem. Com cartazes e faixas, os manifestantes clamaram por justiça para o caso que continua sendo investigado pela Polícia Civil e Ministério Público. O médico Daniel Tolentino de Sousa continua preso.

Dezenas de manifestantes saíram pelas ruas centrais da cidade de Três Marias com faixas, cartazes e balões. Os amigos e familiares usavam camisetas estampadas com a foto da Roberta e com os dizeres: “Somos todos Roberta”.  Os cartazes clamavam por justiça e manifestavam apoio para as vítimas de violência doméstica.

Um carro de som acompanhou o manifesto que foi organizado pelos familiares da jovem. O tio da Roberto, Adenilson Rubim, levava um cartaz dizendo que “A culpa nunca é da vítima”. Os manifestantes também manifestaram o amor que tinham pela jovem que acabou falecendo no último domingo (17), quando estava internada no Hospital Regional em Patos de Minas.

A morte da Roberta continua sendo investigada pela Polícia Civil e Ministério Público. O delegado de homicídios, Érico Rodovalho, disse que as apurações estão caminhando, mas deve aguardar para divulgação. O médico Daniel Tolentino continua preso no Presídio Sebastião Satiro.

No dia da prisão, Daniel não se pronunciou perante as autoridades na delegacia. Antes, para a Polícia Militar, havia negado qualquer violência contra a ex-namorada. Ele foi preso temporariamente para a apuração do caso que teve uma grande repercussão em todo o estado de Minas Gerais.

Veja o histórico:

Roberta foi socorrida na madrugada de terça-feira (05/03) quando estava em um hotel nas proximidades do Terminal Rodoviário. Ela sofreu convulsões e chegou a ter parada cardiorrespiratória. De acordo com a ocorrência policial, o médico, Daniel Tolentino de Sousa, relatou que ela começou a se sentir mal durante o ato sexual e que, ao ver a situação, se desesperou e a arrastou pelo braço até o corredor do hotel, gritando por socorro. Ele também disse que começou as manobras para reanimá-la. O médico contou também que ela havia ingerido xeque-mate, uma mistura de vodca com chá mate, e negou ter medicado a namorada. Daniel Tolentino relatou aos policiais que havia colocado o celular dela em uma bolsa dela.

Conforme está na ocorrência policial, o porteiro do hotel disse que o médico havia se hospedado no hotel pela manhã e Roberta chegou pela noite na companhia dele, tranquilos sem aparência de terem bebido. Por volta das 2h00, ele saiu e foi até o carro buscar algo que o porteiro não soube precisar. Por volta das 3h00, ouviu os pedidos de socorro, tendo subido ao apartamento para verificar o que havia acontecido.

Ainda conforme o registro policial, o porteiro também relatou que havia percebido que sobre a cama havia vários objetos usados em práticas sexuais, inclusive um par de algemas. A testemunha contou que não viu drogas, bebidas ou algum tipo de medicação no quarto. E os dois hóspedes haviam consumido apenas água mineral e refrigerantes do frigobar.

Foram feitos os exames toxicológicos e periciais no corpo da jovem, mas o resultado ainda não foi divulgado. O corpo de Roberta apresentava hematomas que, conforme a família, podem ser de agressões provocadas pelo médico. O policial confirmou que houve realmente uma mensagem da dentista para uma amiga clamando para que a buscasse.