Além da grande quantidade de dinheiro vivo apreendido durante a Operação “Quem Viver Verá” realizada no início desta semana pela Receita Federal do Brasil, Ministério Público de Minas Gerais e Polícia Civil, também foram bloqueados os recursos encontrados em contas bancárias atribuídas aos investigados. Segundo apurou o Patos Hoje junto a Receita Federal do Brasil, R$ 20 milhões foram sequestrados até agora. A lista de materiais apreendidos durante a operação ainda não foi divulgada.
A operação "Quem Viver Verá" cumpriu 109 mandados de busca e apreensão e quebra de sigilo bancário e telemático contra pessoas físicas e jurídicas, sendo 73 em Minas Gerais, 15 em Goiás, 9 em São Paulo, 5 no Distrito Federal, 2 no Paraná, 2 na Bahia, 1 no Rio de Janeiro, 1 no Rio Grande do Sul e 1 no Tocantins. Corretores de grãos como soja, milho e feijão foram os principais alvos da operação.
Segundo a Receita Federal do Brasil, as investigações apontam para um bilionário esquema de emissão de notas fiscais ideologicamente falsas voltado para sonegação fiscal nas operações de venda interestadual de cereais. Nas operações interestaduais envolvendo soja e milho há incidência de ICMS de 12% sobre o valor comercializado, enquanto nas operações internas o imposto é diferido, ou seja, o recolhimento do imposto é transferido para a etapa posterior.
Para fugir do recolhimento do imposto, os corretores estariam utilizando empresas de fachada dentro do Estado de Minas Gerais, as chamadas noteiras, para acobertar o trânsito das mercadorias adquiridas sem documento fiscal do produtor rural. Pelos cálculos da Receita Federal, de cada R$ 100,00 de mercadorias a indústria consegue economizar R$ 11,00 sonegando o ICMS. As investigações apontam ainda que o custo da nota fiscal ideologicamente falsa gira em torno de R$ 0,50 a saca de soja e R$ 1,00 a saca de feijão.
O esquema envolvia empresas e pessoas em diversas cidades. Em Patos de Minas foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e na cidade de Unaí foram mais de 30. Uma grande quantidade de dinheiro em espécie foi apreendida. O Patos Hoje apurou que foram cerca de R$ 2 milhões em dinheiro vivo, incluindo uma gaveta cheia de pacotes de notas de R$ 100,00 e de R$ 50,00. A Receita Federal, no entanto, não confirma este valor. O órgão também não divulgou a lista de materiais e equipamentos apreendidos durante a operação.
A informação que o Patos Hoje obteve junto ao órgão é mesmo de que foram sequestrados R$ 20 milhões encontrados nas contas bancárias dos investigados. Ninguém foi preso em Patos de Minas. A Operação deverá ter novos desdobramentos após a análise dos documentos e equipamentos apreendidos.
