As imagens do interior da Unidade de Pronto Atendimento mostram o drama vivido pelos pacientes.

Reportagem atualizada às 15h28 desta quinta-feira (18)

Pacientes com lesões graves, alguns internados há mais de 15 dias, estão implorando por atendimento especializado. São homens e mulheres que sofreram algum tipo de fratura, foram encaminhados para a UPA e agora aguardam uma vaga para receber atendimento em um hospital credenciado do SUS. As imagens do interior da Unidade de Pronto Atendimento mostram o drama vivido pelos pacientes.

As imagens foram feitas pelos próprios pacientes e por acompanhantes e encaminhadas à redação do Patos Hoje como um pedido de socorro. A informação é de que existem pacientes com fraturas graves aguardando há 17 dias por uma transferência para o Hospital Regional, que é especializado em ortopedia. Áudios enviados pelos pacientes relatam os mais diversos problemas e a espera em macas e nos corredores da UPA.

O problema já foi mostrado aqui no Patos Hoje e as autoridades de saúde afirmam que estão buscando uma solução. O presidente da Fhemig, Tarcísio Neiva, passou parte desta semana em Patos de Minas tentando um acordo com autoridades locais. O prefeito José Eustáquio acusou o Hospital Regional de recusar atendimento aos pacientes do município, mas a solução para o problema que começou a partir de 1º de Dezembro não é tão simples.

Segundo a superintendente de saúde em exercício, Noemi Portilho, antes de 1º de Dezembro, o Hospital Regional, mesmo sendo responsável por atender a toda a região, era ocupado quase em sua totalidade pelos pacientes de Patos de Minas. A fila que se vê agora na UPA estava presente nos outros municípios. Ocorre que os prefeitos das outras cidades reclamaram e conseguiram mudar o fluxo de atendimento do Hospital Regional.

A porta de entrada dos pacientes de Patos de Minas, que antes era livre, passou a ser feita por meio da Central de Regulação para todos os municípios. Já no mês de dezembro, o percentual de ocupação no Hospital Regional para pacientes de Patos de Minas caiu de 90% para 70%. O fluxo para os pacientes das cidades vizinhas melhorou, mas a demanda ficou represada na UPA. Mesmo assim, segundo Noemi, existem pacientes em outras cidades aguardando vaga desde novembro.

Ao contrário do que disse o prefeito José Eustáquio, de que o Hospital Regional está recusando atender pacientes de Patos de Minas, Noemi explicou que o Hospital está superlotado, com 120% de ocupação. Isso significa que além dos cerca de 110 leitos, o HRAD está mantendo pacientes em macas, nos corredores da unidade.

Segundo Noemi, para resolver o problema sem que nenhum município seja prejudicado será preciso ou aumentar o número de leitos no Hospital Regional ou construir um Hospital Municipal em Patos de Minas. Outras cidades da região, como Presidente Olegário e Lagoa Formosa, já possuem hospitais municiais para atender casos de menor gravidade.

Isso significa que a solução do problema vai depender do esforço das autoridades do município. Enquanto nada for feito, os pacientes vão continuar na fila da UPA, implorando por agilidade no atendimento.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Patos de Minas, a transferência é feita pelo SUS Fácil. A prefeitura tem feito de tudo para que os hospitais recebam os pacientes da UPA que é unidade de pronto atendimento e está atendendo quem chega e realizando os primeiros atendimentos. Mas o problema é que os hospitais alegam não ter vaga na rede, obrigando a UPA a permanecer com o paciente, fazendo o papel de hospital, o que não é sua finalidade.