O dólar abandonou queda de mais cedo e passou a subir mais de 1% ante o real nesta segunda-feira, seguindo em parte a tomada de fôlego da divisa no exterior, num início de semana com atenções voltadas a discussões sobre medidas relacionadas ao fiscal.

Às 12h37, o dólar avançava 1,21%, a 5,6208 reais na venda, depois de subir há pouco 1,26%, para 5,624 reais.

Na B3, o dólar futuro subia 0,99%, a 5,6185 reais, após cair a 5,5120 reais na mínima da sessão.

O real caía com rublo russo, lira turca, peso mexicano e peso argentino, moedas emergentes assim como a brasileira. O índice do dólar ante uma cesta de divisas fortes ainda caía 0,17%, mas chegou a recuar 0,44% na mínima.

Do noticiário doméstico, a expectativa por fala do presidente Jair Bolsonaro, com chance de ser acompanhada por declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, também adicionava volatilidade às operações. Esteve prevista para esta manhã reunião do presidente com ministros e líderes para fechar detalhes da proposta da nova etapa da reforma tributária e do Renda Cidadã.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira que uma nova proposta de renda mínima está sendo discutida e que será anunciada “no tempo devido”, com indicação das suas fontes de financiamento.

Segundo fontes de mercado, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que o debate sobre eventual derrubada do teto de gastos públicos deve ser feito só em 2022.

Profissionais citaram ainda como pano de fundo para os negócios nesta segunda notícias de que líderes do Congresso e o governo querem que Renda Cidadã seja mantido por recursos destinados a precatórios --o que indicaria ausência de corte de gastos.

“O real é um mercado que está ‘sem dono’. A agenda está fraca, isso abre espaço para volatilidade mais alta mesmo”, disse um operador.

No exterior, as atenções se voltavam para o debate, na terça-feira, entre os candidatos à Presidência dos EUA: o republicano Donald Trump, atual mandatário; e o democrata Joe Biden.

“A proximidade com as eleições presidenciais nos EUA e as incertezas trazidas por um possível mandato democrata continuam a pesar nas decisões de investimento”, disse em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Fonte: Reuters