O Delegado de Homicídios da Polícia Civil de Patos de Minas, Érico Rodovalho, falou nessa quinta-feira (28) sobre o andamento das investigações do caso envolvendo a dentista Roberta Pacheco e o médico Daniel Tolentino. Até o momento, centenas de folhas já foram anexadas ao inquérito e muitas diligências ainda estão por fazer. O delegado destacou que a verdade está sendo apurada “doa a quem doer”. A hipótese mais provável é de que a jovem de 22 anos tenha sofrido uma overdose, o que, como destacou o delegado, não é motivo para inocentar o médico.

De acordo com o delegado, a investigação está sendo feita de forma criteriosa e a sociedade pode ficar tranquila que vai se chegar à verdade dos fatos. Ele confirmou que a linha de investigação caminha para a overdose, já que foi encontrada substância entorpecente no corpo dela. No entanto, os laudos toxicológicos ainda não ficaram todos prontos e outras situações estão para serem conhecidas. Ele afirmou que o trabalho está apurando se a overdose aconteceu de forma voluntária, ou seja, desejada por Roberta, ou não.

Com relação aos hematomas encontrados no corpo da dentista, ele disse que eles são incontestáveis e está diligenciando para apurar em que circunstâncias aconteceram. “Ocorreram antes, durante ou depois?”, questionou. Ele voltou a afirmar que a investigação é muito complexa e outras situações estão sendo levadas em conta, como a forma que era o relacionamento de Roberta e Daniel. Segundo o policial, várias pessoas já foram ouvidas e outras mais estão sendo intimadas para prestarem esclarecimentos.

Érico Rodovalho também destacou que uma força-tarefa foi montada para elucidar o caso que teve uma grande repercussão em toda a região e há muitos detalhes para serem analisados. O aparelho celular de Roberta continua desaparecido desde a data do fato e sem ser utilizado. O policial pediu apoio da população para tentar encontrá-lo. “Quem souber de alguma informação pode entrar em contato com a Polícia Civil”, orientou. O conteúdo do celular pode ser a chave para responder muitos dos questionamentos.

O delegado contou que Daniel está sendo investigado pela morte de Roberta, mas outros crimes conexos podem ser descobertos durante a investigação. Um desses delitos envolve a questão de drogas ilícitas. “Faz parte da investigação como aconteceu a overdose. O antes, durante e depois. O que vinha ocorrendo com ela?”, disse. Ele destacou que não pode dar muitos detalhes para não condenar ou inocentar ninguém. Érico Rodovalho informou que a investigação está pela metade e que deve provavelmente pedir a prorrogação do prazo da prisão temporária que termina dia 17 de abril.

O delegado também informou que, caso entenda que até lá existam elementos que comprovem a responsabilidade do médico na morte da dentista, pode pedir a prisão preventiva dele, nesse caso sem prazo determinado para que ele fique preso. O inquérito com 3 volumes já somam mais de 300 folhas. A família de Roberta está em Patos de Minas e disse estar satisfeita com o trabalho investigatório. O tio dela, Adenilson Rubim, foi também até a Câmara Municipal conversar com o vereador presidente da Comissão de Direitos Humanos, João Bosco de Castro Borges. O parlamentar ressaltou o número expressivo de casos de violência contra a mulher em Patos de Minas, mostrando que algo tem que ser feito para mudar este panorama.

O Patos Hoje continua aberto para o posicionamento da defesa do médico Daniel Tolentino.