O adminsitrador Emerson Lima e o advogado Marco Aurélio Galvão.

A direção da Clínica Quintino Psiquiatria, Álcool e Droga convidou a imprensa no final da tarde desta sexta-feira (14) para explicar como teria ocorrido o homicídio dentro do estabelecimento. Alexandre Felizardo teria sido assassinado de forma premeditada por Diogo da Silva Dantas, de 23 anos e Carlos Rodrigues Peixoto, de 18 anos. A premeditação teria impedido que os funcionários da clínica evitassem o crime.

Emerson Lima, gestor administrativo da clínica, explicou que, por volta das 9h00 de quinta (13), Alexandre teria entrado em surto psicótico e acabou atacando Diogo, Carlos e outros dois pacientes. O psiquiatra da clínica foi acionado e Alexandre teve que ser contido mecanicamente e medicado. Ele foi deixado no quarto com as mãos amarradas no leito. “Ele apresentava frequentemente heteroagressividade”, disse.

Ainda segundo Emerson, por volta das 11h30, Carlos aos gritos acionou a equipe disciplinar dizendo que Alexandre estava desacordado. O paciente foi levado às pressas para a Unidade de Pronto Atendimento UPA, onde o médico constatou a morte de Alexandre. Como foram verificadas marcas de violência no pescoço da vítima, a Polícia Militar foi acionada. “Nós achamos que a intenção dos autores era fugir”, disse.

O corpo foi encaminhado para o IML, onde ficou constatada a morte por estrangulamento. O administrador contou que nesse momento pediu para abrir uma sindicância para apurar o que teria acontecido e os funcionários da clínica acabaram encontrando no quarto de Alexandre parte do crucifixo de Diogo em cima da cama da vítima. O fato foi informado para os policiais que voltaram ao local e conversaram com os suspeitos.

Emerson também informou que o nome de um dos autores não estava na lista do almoço o que aumentou ainda mais a suspeita sobre eles. Os policiais fizeram alguns questionamentos e eles acabaram entrando em contradição até confessarem o crime. Para a autoridade policial, Carlos falou como tudo teria acontecido. Ele confessou que premeditou o crime, esperando o momento exato de agir. Leia mais!

De acordo com o depoimento de Carlos, na hora do almoço quando todos desceram, ele e Diogo foram até o quarto de Alexandre, já sabendo que ele estava amarrado na cama e os dois se revezaram no estrangulamento. Ele disse que Alexandre começou a se debater, mas não conseguia gritar. Quando Carlos se cansou de apertar o pescoço foi a vez de Diogo apertar. Eles também tampavam a boca e o nariz da vítima.

O advogado Marco Aurélio Galvão explicou que a todo momento a intenção da clínica foi trabalhar para descobrir quem teria praticado o crime. Ele destacou que foi um fato isolado e que a clínica não teve o que fazer. “Eles premeditaram tudo após serem agredidos por Alexandre. A clínica possui um sistema de prevenção com várias chamadas feitas ao dia. Isso nunca havia acontecido. Vai ser feito um reforço agora na prevenção e redobrar os cuidados”, disse.