O Brasil é o quarto país do mundo que mais gera lixo plástico, mas pouco faz para reciclá-lo, apesar da política nacional de resíduos sólidos aprovada em 2010 já prever a reciclagem nos centros urbanos.

De acordo com o estudo da WWF, preparado com dados do Banco Mundial, o Brasil produz anualmente 11,3 milhões de toneladas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia e à frente de países como Rússia, Indonésia e Alemanha.

Cada cidadão brasileiro produz um quilo de lixo plástico por semana, em média, enquanto na Indonésia essa é a produção a cada 10 dias e no Senegal, a cada 25 dias. A maior parte desse lixo é descartada de forma irregular.

O Brasil recicla apenas 1,28 por cento do plástico que descarta, diz o estudo da WWF. Muito abaixo da média mundial, de 9 por cento, e, dentre os 10 países que mais produzem lixo plástico, o único que fica abaixo de 5 por cento de reciclagem.

Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de lixo plástico, a reciclagem é de 34,6 por cento. Na China, de 21,9 por cento.

No Brasil, segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular, sem qualquer tipo de tratamento, em lixões a céu aberto. Outros 7,7 milhões de toneladas vão para aterros sanitários e mais de 1 milhão de toneladas sequer são recolhidas pelos sistemas de coleta.

“É hora de mudar a maneira como enxergamos o problema: há um vazamento enorme de plástico que polui a natureza e ameaça a vida. O próximo passo para que haja soluções concretas é trabalharmos juntos por meio de marcos legais que convoquem à ação os responsáveis pelo lixo gerado. Só assim haverá mudanças urgentes na cadeia de produção de tudo o que consumimos”, afirmou Mauricio Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil.

A política nacional de resíduos sólidos, aprovada em 2010, inclui a implantação dos programas de coletiva seletiva pelas prefeituras. Os dados mais recentes de uma pesquisa feita pela associação Compromisso Empresarial pela Reciclagem (Cempre) apontam que, em dezembro de 2018 22 por cento das prefeituras do país tinham algum tipo de coleta seletiva, mas não necessariamente em todo o território e de todos os materiais recicláveis.

Fonte: Agência Reuters