Eva Mendes Monteiro - Doutoranda pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia

As biomédicas Eva Mendes Monteiro e Léia Cardoso, ambas doutorandas pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia elaboraram um estudo para tirar dúvidas das pessoas sobre o novo Coronavírus. Elas também esclarecem sobre mitos e verdades dessa pandemia que toma conta do mundo e dão dicas para evitar o contágio. Confira!

Coronavírus (COVID-19)

Um tema que tem chamado a atenção dos pesquisadores e profissionais da saúde em todo o mundo nos últimos dois meses tem sido o novo coronavírus (doença de Coronavírus- COVID-19) e sua disseminação para outras partes geográficas após o surto em Wuhan, China. O Coronavírus (COVID-19) é um vírus que causa infecção respiratória leve a moderada semelhante a um resfriado, podendo agravar para um síndrome aguda grave. Os coronavírus humanos foram descobertos pela primeira vez em 1937. Porém, em 1965 que o vírus foi especificado como coronavírus, em virtude do perfil na microscopia, assemelhando a uma coroa. Em 31 de dezembro de 2019 a China registrou os primeiros novos casos e em 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde classificou a doença como uma pandemia, o que significa que o vírus está circulando em todos os continentes.

Manifestações Clínicas

Os sintomas são congestão nasal, espirro, coriza, tosse seca ou com secreção, dor de garganta, diarreia, dor no corpo e febre acima de 37,8º, podendo evoluir para infecção das vias respiratórias inferiores, como pneumonia e também insuficiência renal. Esse quadro é mais comum em pessoas com doenças cardiopulmonares, doenças crônicas (diabetes, pressão alta e doenças cardiovasculares), com sistema imunológico debilitado, idosos, existindo poucos relatos em pacientes pediátricos.

Período de incubação e transmissibilidade do coronavírus

Período de incubação é o tempo que leva para os primeiros sintomas aparecerem após o contato com agente patológico, que pode ser de 1 a 14 dias.  Dados preliminares do coronavírus sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. A transmissão se dá pelo ar, por gotículas de saliva, tosse, catarro e por contato com indivíduos contaminados, através do aperto de mão, beijo, abraço, objetos como celulares, talheres e superfícies contaminadas pelo infectado como corrimão, maçaneta de porta, torneiras e apoios emtransportes públicos.

Léia Cardoso, doutoranda pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia.

Como prevenir o coronavírus?

A melhor forma de evitar a contaminação e transmissão é através de cuidados   básicos como:

- Lavar as mãos e punho frequentemente com água e sabão.

- Usar álcool gel 70%.

- Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar.

- Evitar tocar os olhos e a boca.

- Evitar contato próximos com pessoas e lugares com aglomeração.

- Limpar e desinfetar objetos (celulares, teclados) e superfícies tocados com frequência.

Devo usar máscara?

De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde, a máscara deve ser usada apenas por indivíduos com sintomas, pessoas que estejam cuidando de infectados e profissionais de saúde.

Mitos sobre o coronavírus

- O coronavírus não é transmitido em regiões que possuem o clima quente ou úmido.

MITO! De acordo com as evidências que temos até o presente momento, o coronavírus pode ser transmitido em regiões com qualquer clima.

- O coronavírus pode ser transmitido por picada de mosquito.

MITO! Até o momento não possuímos evidências de que o coronavírus possa ser transmitido através de picada de mosquito. Por se tratar de um vírus respiratório ele se espalha por gotículas que são geradas por meio de tosse ou espirro de pessoas infectadas.

- As vacinas contra pneumonia são eficientes na proteção contra o coronavírus

MITO! O vírus é novo e diferente necessitando de uma vacina própria. Apesar disso, pesquisadores estão empenhados no desenvolvimento de tal vacina.

- Pessoas jovens não podem se infectar com o coronavírus.

MITO! Pessoas de todas as idades podem se infectar. Apesar disso, pessoas idosas ecom condições médicas pré-existentes são mais vulneráveis a gravidade.

- Os antibióticos são eficazes na prevenção.

MITO! Os antibióticos não funcionam contra vírus, são eficientes apenas contra bactérias.

Como é feito o diagnóstico do coronavírus?

O diagnóstico do coronavírus é realizado com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). O exame laboratorial é realizado por meio da identificação do coronavírus, por técnicas de PCR em tempo real e sequenciamento parcial ou total do genoma viral.

Dados epidemiológicos no Brasil

Dados do dia 17 de março de 2020, do Ministério da Saúde, mostram que o Brasil 2064 casos suspeitos (sob investigação) e desses, apenas 301 estão confirmados. A primeira morte em decorrência do coronavírus foi registrada na manhã desta terça-feira (17) em São Paulo.

Em Minas Gerais 511 casos estavam sob suspeita e 6 casos foram confirmados.

Orientações:

Em casos de febre, tosse, falta de ar ou outros sintomas respiratórios, deve-se procurar a Unidade de Saúde mais próxima, em caráter de urgência. Para localizá-la, baixe o aplicativo Coronavírus - SUS, disponível nos sistemas iOS e Android, do Ministério da Saúde.