Joe Biden aceitou a indicação do Partido Democrata dos Estados Unidos para concorrer à Casa Branca na quinta-feira, prometendo curar um país abalado por uma pandemia mortal e dividido pelos quatro anos da Presidência de Donald Trump.

“O presidente atual manteve a América sob o manto da escuridão durante tempo demais. Raiva demais. Medo demais. Divisão demais”, disse Biden. “Aqui e agora, dou a minha palavra a vocês: se me confiarem a Presidência, aproveitarei o melhor de nós, não o pior.”

O discurso de Biden, que coroou quase cinco décadas dele na política, foi realizado em uma arena em grande parte vazia de Wilmington, cidade onde mora no Estado do Delaware, na conclusão de uma convenção democrata realizada virtualmente por causa da pandemia de coronavírus, que já matou mais de 170 mil norte-americanos.

Descrevendo o momento atual como um dos mais difíceis que o país já enfrentou, Biden se ofereceu como um unificador que trabalharia “com o mesmo empenho” por aqueles que não o apoiam – estabelecendo um contraste marcante com o republicano Trump, que tem se concentrado em sua base eleitoral.

“Embora eu vá ser um candidato democrata, serei um presidente americano”, disse Biden, que enfrenta Trump na eleição de 3 de novembro. “Este é o trabalho de um presidente. Representar todos nós, não somente nossa base ou partido. Este não é um momento partidário. Este precisa ser um momento americano. É um momento que pede esperança, luz e amor.”

Os democratas usaram a convenção para ressaltar a coalizão ampla que trabalha para retirar Trump do cargo, exibindo progressistas e moderados, estadistas veteranos e estrelas em ascensão —e até alguns republicanos destacados, que exortaram seus colegas conservadores a colocarem o patriotismo acima do partido.

O evento também destacou a diversidade dos democratas, particularmente a indicação para candidata a vice da senadora Kamala Harris, a primeira negra e asiático-norte-americana em uma chapa presidencial de um grande partido dos EUA.

Mais cedo na quinta-feira, vários democratas que desafiaram Biden nas primárias, como os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren e o bilionário Michael Bloomberg, defenderam a candidatura do ex-vice-presidente.

Bloomberg disse que Trump fracassou tanto como empresário quanto como presidente.

Como haviam feito durante toda a semana, os democratas enfatizaram a importância de votar em meio à pandemia. As alegações constantes e infundadas de Trump de que a votação pelo correio é repleta de fraudes, somadas aos cortes feitos por seu governo no Serviço Postal, criaram o temor de que parte do eleitorado seja privada do direito de votar.

Fonte: Reuters