A árvore centenária vinha sofrendo danos ambientais.

O que muitos ambientalistas já previam aconteceu. A grande gameleira que abrigou durante décadas e décadas a área hídrica da nascente urbana, conhecida popularmente como "Biquinha do Caramuru" não resistiu à constante ação de vândalos e foi ao chão. A espécie é da família das moráceas também conhecida como figueira de nome científico Ficus adhatodifolia. Sua formação é normalmente encontrada com copa muita larga, com tronco grosso e com raízes salientes.

A árvore centenária vinha sofrendo danos ambientais, com queimadas e incêndios criminosos em suas raízes e troncos, desde o segundo semestre do ano passado. Em 21 de setembro, houve a primeira queimada e em meados de outubro, aconteceu outra ocorrência de incêndios nos caules, galhos e troncos da árvore que ficava bem próxima à vazão da nascente na quadra urbana entre as ruas Dona Queta, Zina Rocha, João Eustáquio Borges e Olímpio Ferreira, no bairro Caramuru, no setor noroeste de Patos de Minas.

Na ocasião, muitos vizinhos com o apoio do Corpo de Bombeiros conseguiram conter a brasa e as chamas que destruíram parcialmente a base estrutural da grande gameleira. Com os danos ambientais, o secretário do Cima - Conselho Integrado do Meio Ambiente - Civuca Costa, fez denúncia no plenário da Câmara Municipal durante as reuniões do Codema e do Colmeia, e solicitou à equipe técnica da Diretoria de Meio Ambiente e do IEF - Instituto Estadual de Florestas, uma análise fitossanitária sobre as condições de saúde da árvore, após as queimadas.

Foi feito um relatório descritivo pelos órgãos ambientais, porém o mesmo não acusava risco iminente de desabamento da gameleira em curto prazo. Deu no que deu. A grande árvore com mais de 30 metros de altura desabou totalmente no final de semana.

Depois da queda da árvore, foram acionados os órgãos da Prefeitura Municipal de Patos de Minas, por ambientalistas e vizinhos do local, para que por meio da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, fossem realizadas intervenções para a retirada de galhos que estavam obstruindo uma das vias laterais da quadra da Biquinha do Caramuru. O que foi feito no início desta semana.

A queda da árvore provocou danos na cerca da praça e o sufocamento de espécies nativas que estavam próximas a área hídrica ao pé da gameleira. Felizmente, não houve danos à nascente e nem risco de acidentes a fauna, flora, e maiores prejuízos materiais e humanos. Em 2018, por ocasião da Semana Municipal do Meio Ambiente, o Cima patrocinou material para melhorias e proteção do local, como o cercamento, instalação de placas educativas e plantio de espécies nativas na praça da nascente.

As próximas etapas solicitadas pelos diretores do Cima ao Município, é para que sejam cerrados os troncos e galhos, e retirados todo o material lenhoso do local para evitar outros danos como novos focos de incêndio. "Agora, depois desta triste notícia de grande dano ambiental com a queda da gameleira, é preciso limpar a área com o uso de motosserras e máquinas pesadas para retirada de todo o material, para que novas ações de plantio sejam planejadas e executadas no local, aproveitando principalmente agora, o tempo de boas precipitações", orienta o gestor ambiental do Cima, Civuca Costa que registrou os momentos pós-queda da árvore da Biquinha do Caramuru.